Bispa responde ao comentário de Trump após pedir que ele “tenha misericórdia” de pessoas LGBTQ+ e imigrantes

por Lucas Rabello
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Em um momento marcante na Catedral Nacional de Washington, logo após o retorno do presidente Donald Trump ao cargo, a bispa Mariann Edgar Budde fez um apelo focado na compaixão por comunidades vulneráveis, recebendo uma resposta curta, mas reveladora, do presidente.

O contexto da troca de palavras foi a rápida adoção de políticas por Trump, incluindo ordens executivas sobre reconhecimento de gênero e restrições de imigração, tudo isso em seu primeiro dia de volta à Casa Branca. Durante o serviço religioso, a bispa Budde dirigiu suas palavras diretamente ao presidente, reconhecendo sua recente vitória eleitoral enquanto pedia atenção às necessidades de grupos marginalizados.

Donald Trump não perdeu tempo em assinar várias ordens executivas.

Donald Trump não perdeu tempo em assinar várias ordens executivas.

“Senhor presidente, milhões depositaram sua confiança em você. E, como disse à nação ontem, o senhor sentiu a mão providencial de um Deus amoroso”, afirmou a bispa durante seu discurso. Em seguida, destacou preocupações com jovens LGBTQ+ de todas as afiliações políticas, observando que alguns “temem por suas vidas”.

O discurso da bispa também trouxe à tona a contribuição dos trabalhadores imigrantes para a sociedade americana, mencionando seus papéis na agricultura, processamento de alimentos, hospitalidade e saúde. “Eles podem não ser cidadãos ou ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos imigrantes não são criminosos”, enfatizou.

A resposta de Trump ao apelo da bispa foi caracteristicamente breve. Ele descreveu o serviço como “não muito empolgante” e expressou que “eles poderiam fazer muito melhor”, sugerindo que não ficou impressionado com o evento.

Em uma entrevista à CNN, a bispa Budde explicou suas intenções ao fazer o discurso. Ela afirmou que seu objetivo era reverter a narrativa em torno dessas comunidades, especialmente considerando como foram retratadas durante a campanha política. “Quis responder, da maneira mais gentil possível, com um lembrete de sua humanidade e de seu lugar em nossa comunidade mais ampla”, explicou.

A Reverenda Mariann Budde fez um "apelo" ao presidente (CBS News).

A Reverenda Mariann Budde fez um “apelo” ao presidente (CBS News).

A bispa também esclareceu sua motivação, apontando que viu esse momento como uma oportunidade para falar, dado o atual poder de influência do presidente. Ela destacou a possibilidade de incorporar misericórdia às decisões políticas, especialmente em relação às populações vulneráveis. “Não precisamos retratar, de forma generalizada e nos termos mais duros, algumas das pessoas mais vulneráveis de nossa sociedade, que, de fato, são nossos vizinhos e amigos”, afirmou.

O episódio destacou a tensão contínua entre apelos religiosos por compaixão e a implementação de políticas restritivas. O discurso da bispa Budde mencionou especificamente trabalhadores de vários setores da economia, como agricultores e funcionários de turnos noturnos em hospitais, numa tentativa de ilustrar o impacto humano das políticas de imigração.

Essa interação na Catedral Nacional de Washington ocorreu enquanto o governo começava a implementar novas políticas, incluindo medidas relacionadas ao reconhecimento de gênero e restrições de imigração, marcando um contraste claro entre os apelos da bispa por misericórdia e a direção das políticas da administração.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.