O empresário de tecnologia Bryan Johnson tem chamado atenção nas redes sociais por sua abordagem nada convencional para reverter o envelhecimento, especialmente ao compartilhar impressionantes fotos de “antes e depois” que mostram sua aparência de 2018 a 2024. O biohacker de 47 anos investe cerca de US$ 2 milhões por ano (aproximadamente R$ 12 milhões) em sua busca por uma longevidade estendida, documentando mudanças significativas em sua aparência ao longo dos anos.
Em uma postagem que rapidamente se tornou viral, Johnson compartilhou três fotos cronológicas de si mesmo. Um usuário brincou: “O cara está tipo o Benjamin Button.” Outro comentou: “Achamos que nossa autoimagem é estática, mas se as pessoas monitorassem seu rosto ao longo da vida, ficariam chocadas.”
No entanto, sua jornada para combater o envelhecimento teve um revés em setembro de 2024, quando ele precisou interromper o uso de um medicamento de longevidade devido a efeitos colaterais preocupantes. “Tive infecções intermitentes na pele/tecidos moles, anormalidades nos lipídios, elevações de glicose e aumento na frequência cardíaca em repouso”, explicou Johnson sobre as complicações.
Even my Face ID is confused. I'm transitioning… pic.twitter.com/6AU5mtU5j6
— Bryan Johnson /dd (@bryan_johnson) April 9, 2024
Talvez o aspecto mais controverso das tentativas de Johnson seja o procedimento de troca de plasma multigeracional, que envolveu tanto seu filho adolescente quanto seu pai, de 70 anos. O processo incluiu a separação do sangue de seu filho em plasma e componentes celulares, seguido pela infusão do plasma nas veias de Johnson. Além disso, ele transferiu parte de seu próprio plasma para o pai, chamando o procedimento de “a primeira troca de plasma multigeracional do mundo”.
Esses procedimentos experimentais, no entanto, levantaram preocupações entre as autoridades médicas. Em 2019, a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) emitiu uma declaração alertando sobre a tendência crescente de infusões de plasma de doadores jovens para fins de longevidade. A organização expressou “preocupações significativas para a saúde pública” sobre o uso de plasma para tratar condições que variam desde o envelhecimento normal até doenças graves, como demência e Parkinson.
Bryan Johnson tem ido a extremos em sua tentativa de “reverter” o processo de envelhecimento (Instagram/@bryanjohnson_).
As infusões de plasma têm aplicações médicas legítimas no tratamento de várias condições, como doenças hepáticas, queimaduras e distúrbios sanguíneos. No entanto, a FDA enfatiza que não há benefício clínico comprovado no uso de plasma de doadores jovens para prevenir o envelhecimento ou tratar condições relacionadas à idade. A entidade também alerta para os riscos potenciais associados ao uso de produtos de plasma.
Apesar desses avisos, Johnson continua a documentar sua transformação em plataformas de redes sociais, onde suas postagens geram grande engajamento. Sua jornada tem provocado debates sobre os extremos que algumas pessoas estão dispostas a alcançar na busca pela juventude, além de levantar questões sobre a segurança e eficácia de tratamentos antienvelhecimento experimentais.
As mudanças na aparência de Johnson têm sido tão notáveis que ele afirma que até mesmo o sistema de reconhecimento facial de seu celular está confuso, levando-o a postar: “Até o Face ID está confuso. Estou em transição…”
