A adaptação de 2017 de “Jogo Perigoso” (Gerald’s Game), baseada no livro de Stephen King, se consolidou como um dos filmes mais perturbadores do gênero de horror psicológico na Netflix. Com uma impressionante avaliação de 91% no Rotten Tomatoes, o longa mergulha o público em uma narrativa angustiante que se passa em um isolado chalé à beira de um lago.
A trama acompanha o casal Jessie (Carla Gugino) e Gerald (Bruce Greenwood), que decide passar um fim de semana romântico para reacender a paixão no relacionamento. No entanto, a situação toma um rumo trágico quando Gerald sofre um infarto fulminante durante uma brincadeira íntima, deixando Jessie algemada à cama sem qualquer possibilidade aparente de escapar.
Um dos aspectos que diferencia essa adaptação é a introdução de um personagem sinistro conhecido como “O Homem da Meia-Noite”. Essa figura enigmática, que Jessie enxerga nas sombras de sua visão periférica, é inspirada no famoso serial killer da vida real Ed Gein. Gein ficou conhecido por desenterrar cadáveres de um cemitério local enquanto estava em um suposto “estado de transe”. Ele levava os corpos para sua casa e usava a pele e os ossos das vítimas para criar objetos macabros, como cúpulas de abajur. Entre os itens encontrados pela polícia estava um traje feminino feito com pele humana, que, segundo as autoridades, Gein usava para “se transformar em sua mãe – literalmente entrar na pele dela”.
O momento mais chocante do filme ocorre quando Jessie, desesperada para sobreviver, desenvolve um plano extremo de fuga. Usando o próprio sangue como lubrificante e um pedaço de vidro quebrado como ferramenta, ela corta o próprio pulso para deslizar a mão para fora das algemas. A cena é extremamente gráfica e gerou reações intensas nos espectadores, muitos relatando desconforto físico ao assisti-la.
“Literalmente quase me fez vomitar. Nenhum filme jamais havia me causado isso antes. Tive que me segurar”, escreveu um usuário no Reddit. Outro comentou especificamente sobre a cena da mão: “A forma como a pele e a carne se desprendem é verdadeiramente traumática. Nunca fiquei tão enojado.”
O filme combina a luta atual de Jessie com flashbacks de traumas passados, criando uma narrativa complexa que explora tanto o aprisionamento físico quanto o psicológico. O ambiente claustrofóbico intensifica a tensão enquanto Jessie enfrenta não apenas sua luta pela sobrevivência, mas também os demônios internos que a assombram.
Atualmente disponível na Netflix, “Jogo Perigoso” é uma prova do impacto duradouro das obras de Stephen King e leva o público ao limite do que é possível suportar em um horror psicológico. A capacidade do filme de provocar reações tão viscerais, combinando tensão psicológica e imagens gráficas, garantiu seu lugar como um marco no gênero de horror contemporâneo.