No coração de Utah, EUA, a coragem de uma jovem em romper com um grupo religioso controverso revelou as práticas secretas do Grupo Kingston, uma organização poligâmica conhecida por encorajar casamentos entre familiares. Priscilla Tucker, hoje com 27 anos, compartilha sua história comovente sobre crescer em um ambiente que ela descreve como restritivo e controlador.
Aos 17 anos, Priscilla enfrentou intensa pressão de sua família para se casar com seu primo de primeiro grau, uma prática comum dentro da seita. As complexas dinâmicas familiares tornaram a situação ainda mais desafiadora. Em um episódio recente do podcast Cults to Consciousness, ela explicou: “Foi uma sensação tão estranha para mim porque a mãe dele é irmã da minha mãe e meu pai é tio do pai dele, então eu era parente dele dos dois lados.”
Priscilla conseguiu escapar da “seita” (TikTok/@priscillatucker882).
A pressão não veio apenas de sua família imediata. Parentes mais distantes, incluindo sua avó, demonstraram entusiasmo pelo casamento entre os primos. Priscilla lembra da empolgação de sua tia em relação ao arranjo, que dizia: “Ah, meu Deus, estou tão feliz porque sei que você vai ser incrível e eu já te conheço.”
Diferentemente de muitos outros casamentos entre primos no Grupo Kingston, Priscilla cresceu convivendo de perto com seu pretendente, o que tornava a situação ainda mais desconfortável. “Normalmente, na Ordem, quando você se casa com um primo, você não cresce brincando com ele e fazendo tudo junto, mas eu cresci, porque nossas mães eram irmãs”, explica.
Priscilla esteve perto de se casar com seu primo (TikTok/@priscillatucker882).
Apesar da imensa pressão familiar, Priscilla tomou a corajosa decisão de resistir ao casamento e planejar sua fuga. Sua primeira tentativa de escapar a levou a uma casa segura, mas a determinação de sua família em mantê-la sob controle resultou em um evento dramático. Sua mãe orquestrou o que Priscilla descreve como um “sequestro”, forçando-a a participar de um acampamento onde mulheres eram doutrinadas com os ensinamentos do grupo.
Sem se deixar abalar, Priscilla conseguiu realizar uma fuga audaciosa durante a noite. “Acabei fugindo no meio da noite e peguei um ônibus para Las Vegas”, ela conta. Essa ação decisiva marcou o início de sua nova vida longe do Grupo Kingston.
Hoje, Priscilla vive com seu parceiro e sua filha, tendo criado uma vida completamente diferente de sua criação. No entanto, o impacto de suas experiências dentro do Grupo Kingston ainda influenciam sua visão de mundo. Ela enfatiza que, embora os desafios físicos para escapar tenham sido significativos, os efeitos psicológicos são ainda mais profundos: “Há tantos problemas, e honestamente sinto que os principais problemas são mentais. Você consegue perceber os problemas físicos, mas os mentais são muito piores.”
Por meio de várias plataformas de mídia social e participações em podcasts, Priscilla agora compartilha suas experiências, oferecendo um olhar sobre as práticas do Grupo Kingston e os desafios enfrentados por aqueles que decidem deixar organizações como essa.
