Homem sofreu consequências horríveis após entrar em contato com o objeto mais perigoso da Terra

por Lucas Rabello
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As consequências do desastre de Chernobyl, ocorrido em 1986, trouxeram à tona histórias de sacrifício extremo e enfrentamentos perigosos, como o caso do especialista em radiação Artur Korneyev, que ficou frente a frente com o que os especialistas chamam de “o objeto mais perigoso do mundo”.

O evento catastrófico teve início em 28 de abril de 1986, quando o Reator Número 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, sofreu uma explosão devastadora. O acidente liberou 5% de seu núcleo radioativo no ambiente, forçando a evacuação de aproximadamente 350 mil pessoas das áreas vizinhas. A região, antes movimentada, transformou-se em um território quase totalmente abandonado, com a área ao redor da usina permanecendo praticamente desabitada até os dias de hoje.

Enquanto a maioria fugia da zona do desastre, uma equipe dedicada de especialistas, incluindo Korneyev, foi mobilizada para gerenciar a crise. Aos 65 anos, Korneyev passou três anos trabalhando para remover material radioativo do local. Sua principal responsabilidade era localizar depósitos de combustível e medir os níveis de radiação, protegendo outros trabalhadores de exposições excessivas.

Dentro da usina destruída havia um segredo mortal: cerca de 200 toneladas de urânio e seus subprodutos radioativos permaneciam no local. Esse material gerava tanto calor que derretia concreto e outros materiais de construção. Quando esfriava, formava uma substância semelhante a lava endurecida, que passou a ser conhecida como “Pé de Elefante” devido à sua aparência peculiar.

A natureza letal do objeto ficou evidente por meio de análises científicas. Segundo a revista Nautilus, apenas 30 segundos de exposição poderiam causar tontura e fadiga. Apesar desses perigos, Korneyev revelou que os trabalhadores frequentemente utilizavam ferramentas simples, como pás ou mesmo as botas, para mover o material radioativo durante as operações de limpeza.

O "Pé de Elefante" é o objeto mais perigoso do mundo (Departamento de Energia dos EUA).

O “Pé de Elefante” é o objeto mais perigoso do mundo (Departamento de Energia dos EUA).

“Tínhamos que usar o que estivesse disponível para abrir caminho”, explicou Korneyev, descrevendo a abordagem prática usada para lidar com a substância perigosa.

O preço desse contato tão próximo com a radiação acabou sendo alto para Korneyev. Ele desenvolveu catarata e outros problemas de saúde devido à exposição prolongada à radiação. Essas condições médicas levaram à sua proibição permanente de entrar novamente na usina.

A experiência de Korneyev provou ser valiosa além dos esforços imediatos de limpeza. Ele foi um dos primeiros especialistas a alertar os cientistas ocidentais sobre o risco potencial de outro grande vazamento radioativo do sarcófago que continha os restos do reator. Seus alertas contribuíram para um acordo em 1995, no qual sete nações se comprometeram a financiar melhorias significativas de segurança no Reator 4. Essa iniciativa levou ao fechamento dos reatores restantes de Chernobyl, sendo o último desligado em 2000.

A área ao redor de Chernobyl permanece como uma zona restrita, com acesso rigorosamente controlado devido aos contínuos riscos de radiação. O local ainda exige monitoramento constante e manutenção para evitar novos impactos ambientais causados pelos materiais radioativos remanescentes.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.