Um engenheiro lituano criou um conceito teórico de uma montanha-russa letal que gerou discussões sobre a interseção entre engenharia e questões relacionadas ao fim da vida. Julijonas Urbonas, que desenvolveu essa ideia em 2010 durante seus estudos de doutorado no Royal College of Art, em Londres, baseou-se em sua experiência de trabalho em um parque de diversões na juventude para criar esse design sem precedentes.
A estrutura proposta levaria os passageiros em um trajeto de 487 metros, alcançando velocidades de 360 km/h — mais rápido que a maioria dos supercarros. As especificações técnicas incluem vários loops projetados para criar efeitos fisiológicos específicos no corpo humano, com forças G chegando a 10 vezes a gravidade normal.
Ao discutir os aspectos técnicos de seu design, Urbonas explicou os mecanismos precisos: “O trajeto coloca os passageiros perto da velocidade terminal antes de enfrentarem os loops, com seus corpos sustentados por um colchão de ar.” Esse recurso foi projetado para intensificar o impacto físico da experiência.
A engenharia por trás do conceito está focada em gerar respostas biológicas específicas. Os loops causariam o acúmulo de sangue nas extremidades inferiores, reduzindo o fluxo de sangue oxigenado para o cérebro. Os passageiros poderiam ter breves momentos de consciência entre os loops, algo que Urbonas incorporou como uma salvaguarda técnica no projeto.
A estrutura incluiria várias medidas de segurança, como um mecanismo de escolha consciente. “Um botão no assento deve ser pressionado pelo passageiro para iniciar a descida”, explicou Urbonas, incorporando esse recurso como uma confirmação final da intenção.
O conceito ganhou reconhecimento na comunidade de arte tecnológica, recebendo o Prêmio Público de Nova Arte Tecnológica na Update 2013. Embora o projeto exista apenas na teoria, suas especificações detalhadas oferecem insights sobre como tal mecanismo funcionaria.
Urbonas abordou a seriedade de seu conceito com uma perspectiva inesperada: “O humor aqui alivia e facilita o debate estressante, mas também propõe que o ritual da morte possa ser mais alegre.” Seu design inclui cinco ou seis loops, cada um contribuindo para os efeitos físicos graduais por meio da privação de oxigênio.
O processo técnico se desenrolaria em etapas, com a descida inicial levando a loops cuidadosamente calculados. Cada curva aumentaria o impacto fisiológico no passageiro, com os loops finais garantindo o desfecho pretendido por meio de forças físicas consistentes.
Esse projeto teórico combina princípios de engenharia com questões filosóficas sobre escolhas no fim da vida. As especificações técnicas do design demonstram como cálculos de engenharia podem ser aplicados para criar respostas biológicas específicas, mesmo em cenários teóricos que desafiam o pensamento convencional sobre o papel da tecnologia na sociedade.
O conceito permanece puramente teórico, existindo como um exercício de engenharia que gerou discussões tanto em esferas técnicas quanto éticas. Seu planejamento detalhado e cálculos mostram como os princípios da física e da engenharia podem ser usados para criar efeitos biológicos precisos por meio de meios mecânicos.