Um desdobramento significativo ocorreu em um dos casos criminais mais comentados de Wisconsin, nos Estados Unidos. Morgan Geyser, agora com 22 anos, recebeu aprovação para liberação supervisionada após anos em um hospital psiquiátrico. O caso, que chocou a comunidade de Waukesha em 2014, envolveu o esfaqueamento da colega de escola Payton Leutner, cometido por Geyser, então com 12 anos, e sua cúmplice, Anissa Weier.
O ataque aconteceu quando Geyser e Weier atraíram Leutner para uma área de floresta em Waukesha, onde esfaquearam a colega 19 vezes. A motivação por trás do crime estava ligada à obsessão das duas pelo personagem fictício da internet Slender Man, que elas alegaram querer “agradar” com suas ações.
Durante o processo legal, ambas as agressoras enfrentaram acusações no tribunal de adultos por tentativa de homicídio intencional em primeiro grau. No entanto, os casos tomaram rumos diferentes. Weier aceitou um acordo judicial por uma acusação menor e foi condenada a até 25 anos em uma instituição psiquiátrica. Ela está em liberdade supervisionada desde 2021.
Geyser, que de acordo com sua psicóloga utiliza os pronomes masculinos (ele/dele), foi sentenciado a até 40 anos em um hospital psiquiátrico, após ser considerada não culpada devido a doença mental. Após o ataque, Geyser foi diagnosticada com esquizofrenia e recebeu tratamento intensivo na instituição.
No dia 9 de janeiro, o juiz Michael Bohren, do Tribunal do Condado de Waukesha, decidiu que Geyser pode ser liberado sob supervisão. O Departamento de Serviços de Saúde de Wisconsin tem agora 60 dias para elaborar um plano detalhado de liberação. Até que o plano seja finalizado, Geyser permanecerá no Instituto de Saúde Mental de Winnebago.
A psicóloga Brooke Lundbohm testemunhou a favor da liberação de Geyser, afirmando que “Morgan Geyser atualmente não representa um risco significativo de causar danos a si mesmo, aos outros ou de causar danos materiais”. O plano prevê que Geyser resida em uma casa de apoio sob supervisão rigorosa, incluindo o uso de uma tornozeleira eletrônica.
A mãe da vítima, Stacie Leutner, manifestou-se contra a liberação. Ela destacou que Geyser já havia retirado pedidos de liberação anteriormente, declarando: “Morgan Geyser retirou seu pedido de liberação duas vezes. Mais recentemente, o pedido foi negado. Estamos confiantes de que o sistema judicial tomará uma decisão que garantirá a segurança da comunidade e da minha filha”.
O caso ganhou destaque nacional devido à sua natureza incomum e à pouca idade das envolvidas. Payton Leutner sobreviveu ao ataque, apesar de ter sofrido ferimentos que colocaram sua vida em risco. O incidente gerou debates sobre a justiça juvenil, o tratamento de saúde mental e a influência de lendas urbanas da internet sobre jovens.