Um incidente médico recente chamou atenção para a importância dos protocolos de segurança exigidos antes de realizar exames de ressonância magnética (RM). Uma paciente sofreu dores intensas durante o procedimento devido a um dispositivo pessoal não declarado que continha componentes metálicos.
Os aparelhos de ressonância magnética operam com campos magnéticos extremamente potentes, cerca de 100.000 vezes mais fortes que o campo magnético da Terra. Esses aparelhos utilizam ondas de rádio para gerar imagens detalhadas do interior do corpo, mas as propriedades magnéticas intensas exigem medidas de segurança rigorosas.
O incidente ocorreu quando a paciente entrou no aparelho com um dispositivo sexual inserido, acreditando que ele fosse feito inteiramente de silicone, segundo o Daily Mail. No entanto, o item continha um núcleo metálico, fato desconhecido pela paciente no momento do exame.
Durante o procedimento, o campo magnético interagiu com o componente metálico, causando grande desconforto. Segundo o relatório médico: “Ela entrou para fazer a ressonância e, quando o exame terminou e o técnico estava retirando a mesa, a paciente começou a gritar. A paciente afirmou que sentia náuseas, dores e que parecia que ia desmaiar.”
Os serviços de emergência foram acionados imediatamente, e a paciente recebeu atendimento do radiologista presente antes de ser transportada para o hospital. A equipe médica tentou fazer contato posteriormente para acompanhar a recuperação, mas a paciente não respondeu às tentativas.
O professor Adam Taylor, especialista em anatomia humana da Universidade de Lancaster, trouxe explicações sobre a física envolvida no incidente. “A velocidade com que materiais ferromagnéticos se movem no campo de uma ressonância magnética é proporcional à massa do objeto e à distância que ele está do campo magnético”, explicou. Ele destacou que objetos metálicos comuns, como clipes de papel ou grampos de cabelo, podem atingir velocidades de até 64 km/h dentro do campo magnético.
Os protocolos de segurança padrão para ressonância magnética exigem que os pacientes removam todos os objetos metálicos, incluindo joias, roupas com arame e itens nos bolsos. Além disso, é essencial informar os profissionais de saúde sobre dispositivos médicos internos, como marca-passos ou placas metálicas utilizadas em cirurgias, antes do procedimento.
Embora alguns pacientes possam se sentir desconfortáveis ao discutir itens pessoais, a transparência total é indispensável para garantir a segurança. As forças magnéticas envolvidas nesses exames podem causar danos graves se objetos metálicos estiverem presentes, independentemente de sua natureza ou finalidade.
O caso gerou grande repercussão online após imagens do incidente circularem nas redes sociais, incluindo o X (antigo Twitter). Apesar de alguns detalhes da gravidade do incidente terem sido possivelmente exagerados nas redes, a principal mensagem de segurança permanece clara: todos os objetos metálicos devem ser declarados e removidos antes de entrar em um aparelho de ressonância magnética.