Em uma visão reveladora sobre as operações de um bordel legal com 100 quartos, a gerente Catherine De Noire compartilhou os distintos padrões de comportamento dos clientes ao longo de um dia típico. Seu estabelecimento, que opera dentro do marco da regulamentação do trabalho sexual, oferece uma perspectiva única sobre uma indústria que é legal em diversos países ao redor do mundo, incluindo algumas regiões de Nevada, nos Estados Unidos, além da Holanda, Alemanha, Singapura e Nova Zelândia.
O bordel funciona por extensas 20 horas diárias, fechando apenas entre 6h e 10h para limpeza geral. O relato detalhado de De Noire sobre as atividades diárias mostra horários de pico e períodos de calmaria que seguem um ritmo surpreendentemente previsível.
Catherine De Noire explicou como é a rotina ao longo do dia em seu bordel legal (Instagram/catherine_de_noire).
O primeiro aumento significativo de clientes ocorre na hora do almoço, sendo a maioria composta por profissionais de escritório. Após esse movimento do meio-dia, a atividade diminui até cerca de 15h, quando surge um público diferente. De acordo com De Noire, “homens que terminam o trabalho mais cedo costumam aparecer. Geralmente são homens casados, que precisam chegar em casa no horário, então não podem ficar até a noite.”
O estabelecimento passa por outro período de calmaria no início da noite, coincidindo com a troca de turnos dos funcionários entre 18h e 20h. No entanto, o período mais intenso de atividade acontece de madrugada, especificamente entre 1h e 4h. Durante esse intervalo, De Noire observa que “algumas centenas de clientes chegam, muitos deles depois de terem festejado em outros lugares. A maior parte da equipe — incluindo bartenders, recepcionistas e faxineiros — fica super ocupada.”
Entre 6h e 10h, o bordel passa por uma limpeza e o bar é reabastecido (Instagram/catherine_de_noire).
As operações começam a desacelerar por volta das 5h, quando a maioria dos clientes já deixou o local. Esse momento permite que as trabalhadoras do sexo conversem e compartilhem suas experiências sobre o turno antes do encerramento para a limpeza às 6h.
Bordéis legais, como o de De Noire, operam sob regulamentações rígidas voltadas para garantir a segurança das trabalhadoras do sexo. Esses estabelecimentos diferem significativamente das operações ilegais, oferecendo medidas de segurança e protocolos de saúde para os trabalhadores. Embora bordéis sejam proibidos no Brasil, vários países optaram por regulamentar, em vez de proibir, criando ambientes supervisionados para o trabalho sexual.
A rotina diária revela a complexa logística envolvida na gestão de um estabelecimento desse tipo, desde a coordenação de turnos de funcionários até a manutenção do local. O relato de De Noire fornece uma visão sem precedentes sobre a natureza sistemática das operações de trabalho sexual regulamentadas, demonstrando como esses negócios funcionam dentro de estruturas legais enquanto se adaptam aos padrões e comportamentos dos clientes.
