A ideia de que aviões comerciais deveriam fornecer paraquedas aos passageiros pode parecer lógica à primeira vista, mas especialistas em aviação e análises científicas explicam por que essa medida de segurança não apenas seria ineficaz, como também potencialmente mais perigosa.
Uma simulação no canal do YouTube JimiMoso detalha as impossibilidades técnicas de usar paraquedas em voos comerciais. O primeiro grande obstáculo é a velocidade de cruzeiro das aeronaves, que geralmente varia entre 850 e 965 km/h. A essa velocidade, qualquer tentativa de sair do avião resultaria, muito provavelmente, em uma colisão imediata com a estrutura externa da aeronave.
A altitude também apresenta desafios significativos. Os voos comerciais costumam ocorrer a cerca de 10.600 metros de altura. As condições ambientais nesta altitude criam diversas situações de risco de vida. “A essa altitude, os níveis de oxigênio são tão baixos que você vai simplesmente desmaiar no primeiro minuto”, explica o narrador da simulação. Além disso, a temperatura é outro fator crítico, podendo chegar a -54 °C ou até mais baixa, o que pode causar rapidamente congelamento ou choque térmico.
O momento em que ocorrem os incidentes aéreos também compromete a viabilidade dos paraquedas. Dados estatísticos mostram que a maioria dos acidentes ocorre durante as fases de decolagem ou pouso. Nessas situações críticas, a combinação de baixa altitude e pouco tempo disponível torna o uso de paraquedas inviável. O narrador aponta que esses momentos não oferecem altura ou tempo suficientes “para tomar a decisão, esperar que outros passageiros saltem e, em seguida, descobrir como usar um paraquedas”.
Usuários de redes sociais também destacaram outras questões práticas em comentários bem-humorados. Um deles mencionou a impossibilidade de uma evacuação organizada: “‘Ééééé… aqui é o seu capitão falando… por favor, formem uma fila ordenada na saída mais próxima para que todos possamos saltar de paraquedas com segurança.’ Boa sorte com isso.” Outro usuário lembrou do perigo representado pelas turbinas do avião, enquanto um terceiro sugeriu sarcasticamente a solução impraticável de cada passageiro trazer seu próprio paraquedas.
A decisão da indústria da aviação de não incluir paraquedas em voos comerciais não se baseia em cortes de custos, mas em considerações práticas de segurança. A combinação de velocidades extremas, condições ambientais em grandes altitudes e a natureza dos incidentes aéreos torna os paraquedas uma medida ineficaz para passageiros de aviões comerciais. Em vez disso, o foco permanece na prevenção de acidentes por meio de manutenção rigorosa, treinamento de pilotos e outros protocolos comprovados que fizeram da aviação comercial uma das formas mais seguras de transporte.