Um incidente devastador em Greenfield, Indiana, EUA, trouxe à tona a grave questão do bullying escolar após a morte de Samuel “Sammy” Teusch, de apenas 10 anos, que tirou a própria vida em 5 de maio de 2024. O estudante da quarta série da Greenfield-Central Intermediate School foi encontrado sem vida em seu quarto pelo irmão de 13 anos naquela manhã.
De acordo com os pais de Sammy, Samuel e Nichole Teusch, o menino sofria bullying emocional e físico na escola. Em entrevista ao canal 13News, o pai relatou episódios em que colegas zombavam dos óculos e dentes de Sammy. “Ele foi agredido no […] ônibus escolar, e o garoto quebrou os óculos dele e tudo mais”, disse o pai aos repórteres.
A situação levou os pais de Sammy a entrarem com um processo por morte por negligência contra a Greenfield-Central Community School Corporation e o Conselho de Administração da instituição. Os documentos judiciais revelam que os pais haviam relatado cerca de 20 episódios de bullying contra o filho antes de sua morte.
Sammy Teusch faleceu em maio deste ano (Stillinger Family Funeral Home).
O processo inclui alegações perturbadoras, como o fato de que estudantes chamavam Sammy de “Dahmer”, em referência ao infame serial killer Jeffrey Dahmer. Quando uma professora foi informada sobre esse apelido, ela teria respondido, segundo o processo, que “em sua opinião, Sammy se parecia um pouco com Jeffrey Dahmer”. Os documentos também descrevem como Sammy tentava se esconder em cabines de banheiro durante o período do café da manhã para escapar das perseguições dos colegas.
Embora a escola tenha tomado algumas medidas, como permitir que Sammy almoçasse na sala do diretor após a descoberta do apelido “Dahmer”, o processo alega que ações insuficientes foram realizadas para resolver os problemas de bullying. O documento acusa a escola de “indiferença cruel” em relação às situações de bullying que foram repetidamente reportadas.
Os pais de Sammy entraram com um processo judicial (YouTube/WTHR).
A investigação do Departamento de Polícia de Greenfield, no entanto, concluiu que não havia “nenhuma causa conhecida” para as ações de Sammy. O chefe de polícia, Brian Hartman, afirmou: “Não houve bilhete ou mensagens de texto. Sammy não disse por que sentiu que precisava fazer isso.” Ainda assim, a investigação confirmou que Sammy foi alvo de perseguições tanto dentro quanto fora da escola.
O pai de Sammy expressou sua dor ao canal FOX 59, dizendo: “Como Deus pôde tirar meu filho daqui? Claro que isso passou pela minha cabeça. Deus não tirou meu filho; o ódio tirou.” O chefe Hartman reconheceu que, embora existam evidências de que Sammy enfrentava “momentos difíceis na escola por causa de outras crianças”, também ocorreram incidentes fora da escola que podem ter contribuído para a situação.
Os pais de Sammy dizem que ele era chamado de “Dahmer” (YouTube/WTHR).
Em junho, o Departamento de Polícia de Greenfield anunciou que nenhuma acusação criminal seria apresentada ao promotor do condado de Hancock. O chefe Hartman sugeriu que “provavelmente houve um acúmulo de coisas que aconteceram na vida dessa criança que levaram a essa decisão traumática naquele dia.
Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades ou em crise de saúde mental, há ajuda disponível. No Brasil, você pode entrar em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo telefone 188 (ligação gratuita) ou pelo site cvv.org.br, onde é possível conversar via chat.
Em Portugal, entre em contato com a Linha Voz Amiga pelos números 213 544 545, 912 802 669 ou 963 524 660, ou visite sosvozamiga.pt para mais informações e apoio.
