O universo está se expandindo mais rápido do que nunca, mas os cientistas não fazem ideia do porquê

por Lucas Rabello
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O cosmos continua a intrigar cientistas, à medida que novos dados do Telescópio James Webb adicionam mais uma camada de complexidade ao já enigmático mistério sobre a taxa de expansão do universo. Esse dilema astronômico, que desafia pesquisadores há décadas, ganhou novo destaque recentemente, quando as medições do telescópio Webb apresentaram valores diferentes das estimativas anteriores.

A história começou em 1998, quando cientistas descobriram que o universo não estava apenas se expandindo, mas fazendo isso de forma acelerada. Essa jornada de expansão teve início há 13,8 bilhões de anos com o Big Bang, um evento que durou frações de segundo. De acordo com a NASA, enquanto a gravidade inicialmente desacelerou essa expansão, algo fez com que ela voltasse a acelerar nove bilhões de anos depois.

Cientistas atribuem essa aceleração a uma força misteriosa chamada energia escura, que compõe aproximadamente 68,3 a 70% do universo. No entanto, a natureza dessa força permanece desconhecida, assim como seu papel no aumento da taxa de expansão do universo.

O universo está se expandindo em uma taxa acelerada — mas os especialistas ainda não sabem o motivo

O universo está se expandindo em uma taxa acelerada — mas os especialistas ainda não sabem o motivo

O Telescópio Espacial Hubble foi o primeiro a estabelecer o que ficou conhecido como a Lei de Hubble, que indicava que as galáxias estão se afastando da Terra a uma velocidade de 67-68 quilômetros por segundo por megaparsec. Contudo, as recentes observações do Telescópio James Webb sugerem uma taxa maior, de 70 a 76 quilômetros por segundo por megaparsec, criando o que os cientistas chamam de “tensão de Hubble”.

“A discrepância entre a taxa de expansão observada do universo e as previsões do modelo padrão sugere que nosso entendimento do universo pode estar incompleto”, disse Adam Riess, que lidera um novo estudo sobre essas descobertas. Ele enfatizou que, com dois telescópios de ponta da NASA confirmando medições diferentes, a comunidade científica precisa enfrentar essa disparidade.

Marc Kamionkowski, um cosmologista da Universidade Johns Hopkins envolvido no cálculo da constante de Hubble, ofereceu algumas potenciais explicações para essa discrepância. “Uma possível explicação para a tensão de Hubble seria se houvesse algo faltando em nossa compreensão do universo primitivo, como um novo componente de matéria — uma energia escura primordial — que deu ao universo um impulso inesperado logo após o Big Bang”, explicou.

O universo começou a se expandir durante o Big Bang, há mais de 13 bilhões de anos.

O universo começou a se expandir durante o Big Bang, há mais de 13 bilhões de anos.

Kamionkowski também sugeriu outras possibilidades, afirmando: “E há outras ideias, como propriedades incomuns da matéria escura, partículas exóticas, mudanças na massa do elétron ou campos magnéticos primordiais que podem resolver o problema.” Ele observou ainda que “os teóricos têm licença para ser bastante criativos” ao explorar essas possibilidades.

Esse mistério da expansão vai além de simples medições. Cientistas também investigam se os seres humanos poderiam habitar Marte como uma alternativa à Terra, embora as pesquisas atuais sugiram que isso ainda está longe de ser viável. Além disso, a busca por vida extraterrestre continua enquanto os pesquisadores tentam compreender a vasta complexidade do universo em expansão.

As observações contínuas do Telescópio James Webb podem fornecer novos insights sobre esses mistérios cósmicos, ajudando os cientistas a entender melhor as forças que impulsionam a expansão do universo e a verdadeira natureza da energia escura.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.