Mulher ignorada por médicos 20 vezes recebe apenas 3 semanas de vida após descoberta devastadora

por Lucas Rabello
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O impacto devastador do atraso no diagnóstico médico durante a pandemia de Covid-19 foi evidenciado pela história de Jessica Brady, uma jovem cuja vida foi interrompida prematuramente após múltiplas oportunidades perdidas para uma avaliação médica adequada.

No verão de 2020, Jessica começou a apresentar problemas de saúde em um período em que o sistema de saúde havia mudado predominantemente para consultas virtuais devido às restrições impostas pela pandemia. Sua mãe, Andrea Brady, relatou ao jornal The Mirror: “Ela estava doente há seis meses, mas o lockdown na primavera/verão significava que as consultas presenciais com o médico de família estavam restritas e inúmeros antibióticos foram prescritos, mesmo sem a realização de um exame físico.”

Jessica Brady foi ignorada por médicos 20 vezes, de acordo com sua família (Jessica Brady Cedar Trust).

Jessica Brady foi ignorada por médicos 20 vezes, de acordo com sua família (Jessica Brady Cedar Trust).

A resposta do sistema médico aos sintomas persistentes de Jessica seguiu um padrão preocupante. Apesar de dois testes negativos para Covid-19, os profissionais de saúde repetidamente sugeriram que ela estava sofrendo de Long Covid (Covid longa). O processo tornou-se frustrante e repetitivo: Jessica ligava para o consultório médico, enfrentava uma recepcionista indiferente e, em seguida, recebia prescrições de medicamentos após consultas telefônicas, sem qualquer exame físico.

Ao longo de sua doença, Jessica buscou atendimento médico várias vezes, somando 20 consultas com médicos de família e duas visitas ao pronto-socorro. Em nenhuma dessas ocasiões, um profissional de saúde considerou a possibilidade de câncer. Apenas quando Jessica procurou um médico particular, ela recebeu o devastador diagnóstico: adenocarcinoma em estágio quatro, já espalhado por sua coluna, fígado, estômago, pulmões e gânglios linfáticos.

O diagnóstico veio em novembro de 2020, e Jessica passou suas últimas semanas no hospital, onde faleceu em dezembro de 2020, aos 27 anos. Sua mãe, Andrea, destacou que a idade jovem de Jessica foi um fator significativo para o atraso no diagnóstico. Ela declarou: “Ao tentar entender o que aconteceu com Jess, percebi que a idade dela foi um grande obstáculo para se alcançar um diagnóstico rápido e preciso.”

Jessica faleceu em dezembro de 2020, com apenas 27 anos (Jessica Brady Cedar Trust).

Jessica faleceu em dezembro de 2020, com apenas 27 anos (Jessica Brady Cedar Trust).

Em resposta a essa tragédia, a família de Jessica fundou a Jessie Brady CEDAR Trust, uma organização dedicada a promover mudanças na forma como jovens são diagnosticados com câncer. O site da instituição enfatiza sua missão: “Ela era apaixonada por conscientizar as pessoas. Ao tentar entender o que aconteceu, reconhecemos que a idade jovem de Jess foi um grande obstáculo para alcançar um diagnóstico preciso. Nossa jornada inesperada com Jess destacou a necessidade de mais apoio, financiamento e pesquisa.”

A família está defendendo a aprovação de uma nova legislação que exigiria a revisão do caso de um paciente após três consultas relacionadas à mesma condição ou sintoma persistente. O Departamento de Saúde e Assistência Social reconheceu as falhas no caso de Jessica. Um porta-voz afirmou que oportunidades para um diagnóstico precoce foram perdidas. O Secretário de Estado já se reuniu duas vezes com os pais de Jessica para discutir medidas preventivas que possam evitar tragédias semelhantes no futuro.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.