Pessoas ficam chocadas ao descobrir que a figura na pintura ‘O Grito’ não está, na verdade, gritando

por Lucas Rabello
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A icônica pintura “O Grito”, do artista norueguês Edvard Munch, há muito tempo fascina pessoas ao redor do mundo, mas uma interpretação equivocada de sua figura central persiste na cultura popular. Criada em 1893, essa obra-prima retrata uma cena em uma ponte com uma figura distinta que se tornou uma das imagens mais reconhecíveis da história da arte.

A pintura mostra uma ponte que atravessa um corpo d’água, com duas figuras visíveis ao fundo, na extremidade distante da ponte. A paisagem inclui vegetação e água, sob um céu vibrante durante o pôr do sol. A figura principal, posicionada um pouco fora do centro, aparece distorcida e ondulada, com as mãos pressionadas contra o rosto e a boca formando o famoso formato de ‘O’, que gerou inúmeras reproduções e interpretações ao longo do tempo.

'O Grito', de Edvard Munch

‘O Grito’, de Edvard Munch

Muitos espectadores assumiram tradicionalmente que a figura central está gritando, talvez ligando-a a momentos de frustração ou angústia pessoal. No entanto, as próprias palavras de Munch revelam uma narrativa diferente. Em sua versão de 1895, ele incluiu uma anotação crucial: “Eu senti um grande grito passar pela natureza.” Essa declaração muda fundamentalmente nosso entendimento da cena – a figura não está produzindo o grito, mas reagindo a ele.

A obra, que originalmente deveria se chamar “O Grito da Natureza”, foi reproduzida em diversos formatos ao longo dos anos. Após a pintura original de 1893, Munch criou várias versões, incluindo litografias, resultando em múltiplas variações, tanto coloridas quanto em preto e branco.

Discussões nas redes sociais revelam interpretações variadas da figura. “A expressão facial dele não parece a de alguém gritando, mas sim de choque”, observou um usuário. Outro fez uma comparação inesperada: “Alguém disse que parece um spaniel King Charles, e agora é só isso que eu vejo.”

A figura não está realmente gritando.

A figura não está realmente gritando.

A ambiguidade da pintura gerou inúmeras referências e interpretações na cultura pop. Alguns espectadores a conectaram a cenas familiares da mídia popular, com um comentando: “Qualquer um que assistiu Esqueceram de Mim pensaria que é um grito”, enquanto outro traçou um paralelo com uma cena específica: “Achei que fosse um menino, deixado sozinho em casa, passando loção pós-barba no rosto.”

Essa multiplicidade de interpretações reflete o impacto duradouro da pintura nos espectadores. Como um usuário das redes sociais apontou de forma perspicaz: “É deliberadamente ambíguo, projetado para provocar reflexão, para fazer você considerar que talvez existam várias maneiras de interpretar algo, para fazê-lo pensar duas vezes sobre sua reação inicial.”

A revelação sobre a verdadeira natureza do grito na obra-prima de Munch adiciona outra camada à sua complexidade, desafiando nossas ideias preconcebidas e nos convidando a olhar mais atentamente para essa influente peça da história da arte.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.