O Rover Curiosity da NASA fez uma descoberta intrigante que pode mudar nossa compreensão sobre o potencial de Marte para abrigar vida. O rover, que explora a superfície marciana desde seu lançamento em 2011, recentemente detectou formações notáveis, semelhantes a teias de aranha, que se estendem por cerca de 10 a 20 quilômetros de comprimento perto do equador do planeta.
Essas estruturas peculiares, identificadas pela primeira vez em 2006, estão localizadas próximas ao Monte Sharp, uma formação montanhosa com cerca de 5 quilômetros de altura. Os cientistas compararam essas formações com estruturas conhecidas como “boxwork”, encontradas em cavernas na Terra. Enquanto o boxwork terrestre geralmente é composto por lâminas de calcita que formam padrões semelhantes a colmeias nas superfícies das cavernas, a variante marciana parece ter se originado de água do mar, em vez de depósitos de calcita.
“Essas cristas contêm minerais que cristalizaram no subsolo, onde as temperaturas seriam mais altas”, explicou a geóloga Dra. Kirsten Siebach, da Universidade Rice, no Texas. Ela acrescentou: “Micróbios da Terra primitiva poderiam ter sobrevivido em um ambiente similar.”
Essa descoberta se soma ao impressionante histórico do Curiosity em encontrar evidências de que Marte pode ter possuído condições adequadas para a vida microbiana no passado. Descrito pela NASA como “o maior e mais capaz rover já enviado a Marte”, o Curiosity foi projetado para investigar se o planeta já teve condições ambientais propícias para sustentar microorganismos.
Os cientistas estimam que cerca de 428 bilhões de litros de água salgada e quente teriam sido necessários para formar essas estruturas semelhantes a teias. A teoria atual sugere que água rica em minerais fluiu do Monte Sharp, resultando nessas formações distintas que agora chamam a atenção dos pesquisadores.
A missão do Curiosity continua a cumprir seu principal objetivo de examinar registros geológicos de uma era em que Marte poderia ter sustentado vida microbiana. Embora essa descoberta não sugira a presença de formas de vida alienígena complexas, ela fornece evidências convincentes de que formas de vida simples podem ter existido no planeta vermelho.
Essas descobertas estão alinhadas com os objetivos mais amplos da missão do Laboratório Científico de Marte da NASA. A agência espacial destacou constantemente que os instrumentos científicos do Curiosity já identificaram evidências químicas e minerais indicando ambientes habitáveis no passado de Marte, tornando essas estruturas semelhantes a teias particularmente significativas para investigações futuras.
A localização dessas formações, próxima ao Monte Sharp, oferece aos cientistas uma excelente oportunidade para estudá-las em detalhes. Essa área representa um cenário geológico único, onde condições ambientais antigas podem ter preservado vestígios de vida passada, caso esta tenha existido. A exploração contínua dessa região pelo rover pode trazer novos insights sobre a história geológica e, possivelmente, biológica de Marte.