Uma equipe de pesquisa global fez uma descoberta arqueológica significativa no Egito, datada de aproximadamente 1880 a.C. Sob a direção do Professor Jochem Kahl da Universidade Livre de Berlim, a equipe localizou a câmara funerária de Idy, uma sacerdotisa egípcia antiga e filha do governador regional Djefaihapi I.
A descoberta ocorreu na necrópole da antiga Asyut, especificamente dentro de uma seção anteriormente inacessível do vasto túmulo de Djefaihapi I. A câmara funerária estava escondida atrás de uma parede de pedra de pedreira em um poço vertical com quatorze metros de profundidade. Apesar de saqueadores antigos terem acessado o local, muitos dos artefatos funerários permaneceram intactos.
A câmara continha dois caixões encaixados, feitos de madeira importada, com decorações elaboradas que superam a arte típica daquela época. Esses caixões exibem imagens detalhadas e textos que narram a jornada do falecido para o além. A qualidade excepcional das pinturas e inscrições reflete a excelência artística encontrada no túmulo de seu pai.
Dentro da câmara funerária, os pesquisadores descobriram vários artefatos que ilustram as práticas funerárias e o status social no antigo Egito. Entre eles estavam figuras de madeira, um punhal e insígnias faraônicas. A câmara também continha oferendas de alimentos e um baú especialmente inscrito que abrigava vasos canópicos, usados para armazenar os órgãos vitais de Idy durante o processo de mumificação.
Os artefatos e inscrições recuperados indicam a posição social elevada de Idy. Como sacerdotisa da deusa Hathor, ela possuía o título distinto de “Senhora da Casa”. Evidências arqueológicas sugerem que ela morreu por volta dos 40 anos. Os extensos textos religiosos encontrados em sua câmara funerária, incluindo Textos dos Sarcófagos e listas de oferendas, fornecem aos pesquisadores novo material para estudar o papel das mulheres na sociedade egípcia antiga e a transmissão de conhecimento durante esse período.
O pai de Idy, Djefaihapi I, manteve significativa importância cultural no Egito antigo, com sua influência se estendendo por mais de dois milênios. As dimensões impressionantes de seu túmulo – onze metros de altura, vinte e oito metros de profundidade e setenta metros de largura – demonstram a proeminência da família. A estrutura apresenta pinturas sofisticadas e inscrições em relevo que demonstram as realizações artísticas do período.
A descoberta ocorreu após duas décadas de trabalho de campo dedicado no local. Embora ladrões antigos tenham destruído parcialmente os restos mortais de Idy e algumas de suas vestes, os materiais sobreviventes oferecem valiosos insights sobre sua vida e condições de saúde. A extensa coleção de textos e artefatos desta câmara funerária contribui com informações substanciais sobre nossa compreensão desse período histórico.
O estado bem preservado de muitos bens funerários, apesar do saque anterior do túmulo, fornece aos arqueólogos material rico para estudar as práticas funerárias e estruturas sociais do Egito antigo. As decorações e textos intrincados nos caixões representam alguns dos exemplos mais detalhados desse período, oferecendo novas perspectivas sobre as crenças religiosas e costumes funerários do Egito antigo.