“O som mais assustador do mundo” foi a última coisa que as pessoas ouviram antes de serem assassinadas

por Lucas Rabello
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Um antigo instrumento musical da civilização asteca continua a cativar pesquisadores e ouvintes com seu som arrepiante. O Apito da Morte Asteca, também conhecido como Apito de Caveira, remonta ao período entre 1250 e 1521 d.C. Este peculiar artefato, descoberto em sítios arqueológicos, permaneceu um mistério até que pesquisadores experimentaram soprar nele, revelando o que muitos consideram um dos sons mais perturbadores já registrados.

Recentes pesquisas científicas revelaram insights fascinantes sobre como o cérebro humano responde a este antigo instrumento. O Professor Sascha Frühholz liderou um estudo inovador examinando os efeitos neurológicos do som distinto do apito em ouvintes modernos. “O som é áspero e agudo, e como ouvintes, geralmente não gostamos de tais sons,” explicou Frühholz ao MailOnline.

A equipe de pesquisa conduziu experimentos usando ressonância magnética funcional (fMRI) para monitorar a atividade cerebral de participantes que nunca tinham ouvido o som antes. Os sujeitos foram expostos a vários sons, incluindo autênticos Apitos da Morte Asteca, réplicas e versões criadas pelos próprios pesquisadores. Quando solicitados a descrever sua experiência, os participantes frequentemente traçaram paralelos entre o som do apito e gritos humanos, motosserras, trens e até chaleiras.

As propriedades acústicas únicas do apito derivam de sua capacidade de produzir múltiplos tons simultaneamente, criando uma paisagem sonora complexa que combina elementos naturais e artificiais. Esta combinação parece desencadear respostas distintas nas regiões de processamento auditivo do cérebro, como observa o Professor Frühholz: “Com a fMRI descobrimos que os sons têm tanto uma natureza afetiva quanto uma natureza mais abstrata e simbólica, que desencadeia mecanismos associativos no cérebro.”

O propósito histórico do instrumento continua sendo objeto de especulação entre arqueólogos. Algumas teorias sugerem que ele foi usado durante cenários de batalha ou rituais de sacrifício humano, embora essas hipóteses careçam de confirmação definitiva. O estudo revelou que ouvintes modernos experimentaram respostas emocionais negativas e uma sensação de urgência ao ouvir o apito, com muitos comparando-o a disparos de armas de fogo, gritos de medo e vozes iradas.

A análise técnica da produção sonora do apito mostra que seu guincho distinto resulta da geração simultânea de múltiplos tons, uma característica comumente encontrada no que os músicos classificam como “música aterrorizante”. O design em forma de caveira do instrumento parece intencionalmente elaborado para imitar gritos humanos, criando um efeito que confunde e sobrecarrega os padrões normais de processamento do cérebro.

A pesquisa, publicada na revista Communications Psychology, demonstrou que, ao serem expostos ao som do apito, os cérebros dos participantes mostraram aumento de atividade em regiões responsáveis pelo processamento auditivo enquanto tentavam identificar e categorizar o som incomum. Esta confusão neurológica pode explicar por que o som continua eficaz em evocar fortes respostas emocionais em ouvintes modernos, apesar dos séculos que se passaram desde sua criação.

Embora o propósito exato desses apitos na sociedade asteca permaneça incerto, os achados da equipe de pesquisa sugerem seu uso em contextos ritualísticos, dado seu comprovado potencial de provocar intensas respostas psicológicas. O estudo não apenas lança luz sobre a sofisticada engenharia acústica das civilizações antigas, mas também demonstra como certos sons podem manter seu impacto psicológico ao longo de séculos de evolução humana.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.