Aviso: Este artigo contém descrições e imagens gráficas que alguns leitores podem achar perturbadoras.
Em uma pequena cidade da Louisiana, EUA, um caso chocante de negligência veio à tona no início de 2022, deixando as autoridades locais e profissionais de saúde profundamente perturbados. O incidente envolveu Lacey Fletcher, uma mulher de 36 anos com necessidades médicas complexas, que foi encontrada morta na casa de seus pais sob circunstâncias horríveis.
Lacey, que supostamente tinha autismo e ansiedade, também sofria da síndrome do encarceramento, uma condição que limita severamente a capacidade de uma pessoa se mover ou se comunicar. Seus pais, Sheila e Clay Fletcher, eram responsáveis por seus cuidados. No entanto, parece que Lacey estava ausente do convívio social desde 2002, levantando questões sobre suas condições de vida nas últimas duas décadas.
Quando os serviços de emergência chegaram à residência dos Fletcher em 3 de janeiro de 2022, encontraram uma cena que os assombraria por anos. O corpo de Lacey foi encontrado fundido a um sofá, onde ela pode ter permanecido imóvel por até 12 anos. O móvel havia se deteriorado ao seu redor, com um buraco nas almofadas contendo dejetos corporais. Sua pele havia começado a se decompor e, em algumas áreas, seus ossos estavam visíveis.
O Dr. Ewell Dewitt Bickham III, o legista que respondeu à cena, descreveu o fedor avassalador de fezes e urina na casa. Ele classificou o caso como um dos mais perturbadores que já havia encontrado em sua carreira, afirmando que a experiência o deixou sem conseguir comer e emocionalmente abalado por uma semana.
A autópsia revelou que Lacey morreu de sepse, provavelmente agravada por desnutrição severa e infecções ósseas. O estado de deterioração física dela sugeria negligência prolongada e falta de cuidados básicos.
Inicialmente, Sheila e Clay Fletcher enfrentaram acusações de assassinato em segundo grau, que foram posteriormente descartadas devido a tecnicalidades legais. Posteriormente, um grande júri os indiciou por homicídio culposo. Em março de 2024, mais de dois anos após a morte da filha, os Fletchers não contestaram a acusação de homicídio culposo. Eles receberam uma sentença de 40 anos, com 20 anos suspensos.
Este caso gerou discussões sobre as responsabilidades dos cuidadores, os desafios enfrentados por famílias que cuidam de indivíduos com necessidades complexas e a importância da supervisão comunitária em situações vulneráveis. Também destaca o potencial para abuso e negligência ocorrerem a portas fechadas, mesmo em bairros aparentemente comuns.
Os serviços sociais locais e defensores dos direitos das pessoas com deficiência têm clamado por maior apoio e monitoramento para famílias que cuidam de adultos com deficiência, na esperança de prevenir tragédias semelhantes no futuro. A comunidade continua a lidar com a natureza chocante da morte de Lacey e as circunstâncias que permitiram que tal negligência extrema persistisse por tanto tempo sem ser notada.