Quando um homem de 63 anos sofreu uma queda e machucou o joelho, ele esperava apenas uma visita simples ao hospital. Mal sabia ele que essa visita revelaria uma condição médica rara, relatada menos de 40 vezes em todo o mundo.
Após cair de costas, o homem sentiu uma dor significativa no joelho e decidiu procurar atendimento médico. Ao chegar ao hospital, os médicos realizaram um exame físico. Tudo parecia normal, exceto por um sintoma inesperado: ele mencionou sentir dor no pênis. Para garantir que não houvesse problemas subjacentes, a equipe médica solicitou um raio-X da região pélvica.
Quando os resultados da radiologia chegaram, os médicos ficaram surpresos. Enquanto o raio-X mostrava mudanças degenerativas severas e assimétricas no quadril direito — um sinal de artrite avançada —, também revelou algo incomum. Havia evidências de calcificação ao longo do eixo do pênis. Essa descoberta surpreendente levou ao diagnóstico de ossificação peniana, uma condição extremamente rara onde se forma osso dentro do tecido mole do pênis.
“A ossificação peniana é extremamente incomum”, explicou a Dra. Naghmi Asif, especialista que estudou casos semelhantes. “Na maioria das vezes, está associada à doença de Peyronie, onde o tecido cicatricial faz com que o pênis se curve quando ereto. No entanto, a condição deste paciente apareceu sem tais associações, tornando-a ainda mais intrigante.”
A ossificação peniana ocorre quando sais de cálcio se acumulam no tecido peniano, levando à formação de estruturas semelhantes a ossos. As causas podem variar e podem incluir traumas, condições crônicas como adiabetes e gota, infecções como sífilis ou gonorreia, e até mesmo doença renal em estágio terminal. No entanto, o gatilho exato muitas vezes permanece um mistério.
Apesar do conselho da equipe médica, o homem optou por deixar o hospital sem receber tratamento. Ele recusou testes laboratoriais adicionais, não consentiu com um exame histológico e optou por não fazer acompanhamento. Sua partida deixou os médicos sem respostas para muitas perguntas.
“Foi uma oportunidade perdida para entender mais sobre uma condição tão rara”, observou a Dra. Asif. “Cada caso contribui com informações valiosas que poderiam ajudar a tratar futuros pacientes com diagnósticos semelhantes.”
Este não é o único caso incomum de ossificação peniana. Em outro relato, um menino de cinco anos foi diagnosticado com a condição, que estava associada a anomalias congênitas, como um escroto fendido.
Compreender por que a ossificação peniana acontece ainda é um desafio para os profissionais de saúde. “Não está bem compreendido o que inicia o processo de ossificação”, disse a Dra. Asif. “Acreditamos que a fibrose possa começar inicialmente, e com estimulação ou irritação contínua, leva a mudanças celulares que resultam na formação de osso. A imagem radiológica e a análise tecidual são cruciais para um diagnóstico definitivo.”