O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, trouxe à tona uma discussão que há tempos divide opiniões no Brasil: o horário de verão. Em meio a um cenário de estiagem e queimadas, o governo brasileiro reavalia a possibilidade de reintroduzir essa medida, considerando seus potenciais benefícios para o setor energético e a economia.
O horário de verão, prática adotada em diversos países, consiste no adiantamento dos relógios em uma hora durante os meses mais quentes do ano. No Brasil, essa medida foi implementada pela primeira vez em 1931, com o objetivo principal de economizar energia elétrica. A ideia por trás do horário de verão é aproveitar melhor a luz natural, reduzindo o consumo de eletricidade no período noturno, quando a demanda tende a ser maior.
Impacto no Sistema Energético
O atual momento crítico, marcado por condições climáticas adversas, tem levado o país a depender mais das usinas termelétricas, especialmente no final do dia. Silveira explica: “Nós estamos vivendo um momento realmente crítico, que é o momento do despacho das térmicas de ponta”. O horário de verão poderia aliviar essa pressão, otimizando o uso da luz natural e reduzindo a demanda por energia elétrica no período noturno.
Contudo, o ministro ressalta que a decisão final dependerá de diversos fatores, incluindo os índices pluviométricos. “O horário de verão, objetivamente, é algo que está colocado na mesa, mas não existe uma decisão, até porque depende do índice pluviométrico”, afirmou Silveira.
Impactos Econômicos e Sociais
Além das questões energéticas, o governo está considerando os potenciais efeitos econômicos do horário de verão. Silveira destaca que a medida pode impulsionar setores como o turismo, bares e restaurantes. “Ele impulsiona fortemente a economia do turismo, a economia dos bares, restaurantes, ele impulsiona a economia cotidiana”, observou o ministro.
No entanto, é importante lembrar que a implementação do horário de verão também pode gerar desafios para certos segmentos da população, como trabalhadores noturnos e estudantes, que precisariam ajustar suas rotinas.
A alteração no horário afeta diretamente a rotina da população. Enquanto alguns se adaptam rapidamente, outros enfrentam dificuldades para ajustar seu relógio biológico. Estudos indicam que a mudança pode causar distúrbios temporários no sono, afetando a produtividade e o bem-estar geral. Por outro lado, o horário estendido de luz natural pode proporcionar mais tempo para atividades ao ar livre, potencialmente beneficiando a saúde mental e física.
Histórico e Opinião Pública
O horário de verão foi uma prática comum no Brasil por muitos anos, abrangendo vários estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal. A medida foi descontinuada em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, baseando-se em estudos que indicavam ganhos energéticos limitados e na percepção de que a maioria da população era contrária à prática.
Curiosamente, Silveira menciona que pesquisas de opinião recentes sugerem uma mudança nessa tendência. “A maioria da sociedade nas pesquisas de opinião aponta que aprova o horário de verão”, afirmou o ministro, indicando uma possível reversão na percepção pública sobre o tema.