Filmagem aterrorizante mostra paciente infectado com raiva sofrendo ‘hidrofobia’ severa

por Lucas Rabello
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Quando pensamos em raiva, muitas vezes imaginamos um animal rosnando e agressivo. No entanto, existe um sintoma menos conhecido e bastante intrigante que tem intrigado profissionais da saúde há muito tempo: a hidrofobia, ou medo de água. Um vídeo recente lançou luz sobre esse aspecto peculiar da doença, oferecendo um lembrete claro da importância da prevenção da raiva.

O vídeo, datado de 2008 do Departamento de Neurologia da 6ª Clínica de Moscou, mostra um paciente do sexo masculino exibindo justamente esse sintoma. Sob os cuidados do Dr. V. Nikiforov, a reação do homem ao ser oferecido um copo de água é tanto fascinante quanto comovente.

Quando um copo de água é apresentado a ele, o paciente diz: “Vou tentar, mas… veja o que acontece, estou com medo.” O que se segue é uma demonstração angustiante de ansiedade e desconforto físico. O homem começa a hiperventilar e fica visivelmente agitado, acabando por se virar e recusar a beber. Ele até menciona que experimenta a mesma reação com comida.

Mas por que isso acontece? A raiva, uma infecção viral tipicamente transmitida através da mordida ou arranhão de um animal infectado (mais comumente cães), afeta o sistema nervoso. À medida que a doença progride, ela leva a uma série de sintomas, incluindo confusão, paralisia parcial, convulsões e produção excessiva de saliva. O medo de água, ou hidrofobia, é um dos sinais mais distintivos.

Curiosamente, o termo “hidrofobia” pode ser um tanto enganoso. Os pacientes não têm realmente medo da água em si. Em vez disso, o vírus causa espasmos dolorosos na garganta e na faringe. Esses espasmos ocorrem involuntariamente quando o paciente tenta engolir, levando a uma associação entre a água e o desconforto intenso. Com o tempo, isso pode evoluir para um aparente “medo” da água, à medida que o paciente antecipa a dor que virá.

No vídeo, também vemos o paciente lutando para engolir a própria saliva, fazendo caretas de dor. Isso ilustra ainda mais como o vírus impacta as funções normais do corpo, tornando até mesmo as ações mais básicas incrivelmente difíceis e dolorosas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a gravidade da raiva, afirmando que ela é “virtualmente 100% fatal” uma vez que os sintomas aparecem. Isso destaca a importância crítica da prevenção e do tratamento precoce. O impacto global da raiva é impressionante, com um custo anual estimado em US$ 8,6 bilhões. Esse valor inclui não apenas vidas e meios de subsistência perdidos, mas também cuidados médicos e despesas associadas. O trauma psicológico experimentado pelas vítimas e suas famílias, embora difícil de quantificar, adiciona outra camada aos efeitos devastadores da doença.

A prevenção é fundamental na luta contra a raiva. A OMS recomenda a vacinação tanto de cães quanto de pessoas como medidas primárias. Além disso, aumentar a conscientização sobre o que fazer se você entrar em contato com um animal potencialmente infectado é crucial. Se você suspeita que foi exposto à raiva, procurar atendimento médico imediato para profilaxia pós-exposição é essencial.

Embora a perspectiva para os pacientes de raiva tenha sido historicamente sombria, há um vislumbre de esperança. No ano passado, os profissionais de saúde ficaram surpresos quando uma mulher se tornou a primeira pessoa a sobreviver à raiva sem vacinação. Ela contraiu o vírus quando era adolescente, tornando seu caso ainda mais notável.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.