Em um recente incidente nas redes sociais que gerou um debate generalizado, um criador de conteúdo cristão chamado Patrick foi criticado por ‘propor’ à sua filha de 20 anos, Sarah, com um anel de pureza. Esse gesto incomum, destinado a celebrar e encorajar o compromisso da filha com a abstinência, acendeu discussões sobre limites parentais, práticas religiosas e o impacto da cultura de pureza nos jovens adultos.
O evento ocorreu em um vídeo no TikTok onde Patrick surpreendeu sua filha com o que ele descreveu como uma proposta não tradicional. No clipe, ele expressa seu orgulho por Sarah por permanecer “pura” e se ajoelha, apresentando-lhe um anel de pureza. Este anel simboliza uma promessa de abster-se de atividade sexual até o casamento, um conceito enraizado em certas tradições cristãs.
Durante esta cerimônia não convencional, Patrick disse à sua filha: “Primeiro de tudo, você tem 20 anos, e a maioria dos jovens da sua idade não são puros. Bem, quero agradecer por estar aqui e te dar algo. Sarah, você usaria este anel como um sinal e uma promessa a Deus e a mim de permanecer pura até o dia do seu casamento?”
O vídeo rapidamente ganhou atenção online, com espectadores expressando uma variedade de reações. Muitos acharam o gesto perturbador e inapropriado, questionando o envolvimento do pai na vida pessoal e nas escolhas sexuais de sua filha adulta. Um comentarista exclamou: “20?!?!?! Anel de pureza?!?!?! Pai?!?!?!” destacando o desconforto que muitos sentiram com a situação. Outro espectador comentou: “Isso é realmente selvagem. Não há como transformar isso em algo fofo.”
No entanto, nem todas as reações foram negativas. Alguns espectadores defenderam as ações de Patrick, vendo-as como um reforço positivo dos valores religiosos. Um defensor comentou: “Esta geração quebrada não entenderá o propósito disso… Proteger o coração dela é importante.”
O incidente reacendeu discussões sobre a eficácia e os possíveis danos da cultura de pureza e da educação baseada apenas na abstinência. Uma revisão de 2017 publicada no Journal of Adolescent Health descobriu que meninas que se comprometiam com a abstinência na verdade tinham taxas mais altas de doenças sexualmente transmissíveis, gravidezes na adolescência e imagem corporal negativa em comparação com aquelas que não faziam tais promessas.
Hannah Mayderry, uma conselheira de saúde mental licenciada com experiência pessoal em uma família cristã fundamentalista, compartilhou suas percepções sobre o assunto. Em entrevista ao Verywell Mind, ela explicou que a cultura de pureza muitas vezes tem efeitos de longo alcance na vida das mulheres. “As mulheres são frequentemente ensinadas que sua sexualidade é algo que deve ser engarrafado e reprimido,” afirmou Mayderry. “Isso abrange tudo, desde a maneira como se vestem, como interagem com os homens, como falam, e como veem seus próprios corpos e impulsos sexuais.”
Mayderry defende uma mudança de abordagem, sugerindo que os pais se concentrem na educação geral e na exposição social, em vez de depender de discursos específicos ou gestos simbólicos como anéis de pureza. Ela enfatizou: “Acho que precisamos nos afastar disso e perceber que nossos filhos farão o que irão fazer por causa de como os educamos, por causa de suas exposições na sociedade, não porque tivemos uma conversa com eles.”
O incidente também levou alguns a apontar as limitações das promessas de pureza, com alguns fazendo referências humorísticas aos Jonas Brothers, que famosamente usaram anéis de pureza na juventude, mas depois abandonaram a prática.