Os recentes Jogos Olímpicos de Paris abriram uma discussão surpreendente sobre a qualidade das medalhas olímpicas. Atletas e espectadores ficaram chocados ao descobrir que essas cobiçadas premiações não são tão duráveis quanto se poderia esperar.
O skatista da equipe dos EUA, Nyjah Huston, trouxe essa questão à tona ao compartilhar fotos de sua medalha de bronze apenas uma semana depois de conquistá-la. A medalha parecia desgastada e danificada, com Huston comentando: “Parece que foi à guerra e voltou.” Ele acrescentou: “Certo, essas medalhas olímpicas parecem ótimas quando são novas. Mas depois de deixá-la em contato com minha pele suada por um tempo e deixá-la com meus amigos no fim de semana, elas aparentemente não são tão de alta qualidade quanto você imagina.”
Huston não está sozinho em suas observações. A ginasta brasileira Rebeca Andrade, que ganhou o ouro na final de solo, também expressou sua decepção. “Elas [as medalhas] estão batendo uma na outra e se arranhando,” disse ela. “Estou ficando triste. E não quero ficar triste. Então não vou mais usá-las no pescoço. Vou andar com duas nas mãos e duas no bolso.”
Do que as medalhas são feitas?
Essas reclamações levaram muitos a se perguntar: do que realmente são feitas as medalhas olímpicas? Apesar do nome, as medalhas de “ouro” não são de ouro maciço. Na verdade, elas são principalmente feitas de prata. O Comitê Olímpico Internacional exige que as medalhas de ouro sejam pelo menos 92,5% de prata, com um revestimento de cerca de seis gramas de ouro puro. A última vez que medalhas de ouro puro foram entregues foi em 1912, nos Jogos de Estocolmo.
Para os Jogos de Paris, as medalhas foram desenhadas pela prestigiosa joalheria parisiense Chaumet e fabricadas pela Casa da Moeda de Paris. Em resposta às preocupações levantadas pelos atletas, um porta-voz dos Jogos de Paris prometeu resolver a questão. “Paris 2024 está trabalhando em estreita colaboração com a Monnaie de Paris, a instituição responsável pela produção e controle de qualidade das medalhas, e em conjunto com o Comitê Olímpico Nacional do atleta em questão, para avaliar a medalha e entender as circunstâncias e a causa dos danos,” afirmou.
O porta-voz enfatizou a importância dessas premiações, dizendo: “As medalhas são os objetos mais cobiçados dos Jogos e os mais preciosos para os atletas.” Eles também garantiram que qualquer medalha danificada seria substituída pela Monnaie de Paris e gravada de forma idêntica às originais.
Essa situação gerou uma discussão mais ampla sobre o equilíbrio entre tradição e praticidade nas medalhas olímpicas. Enquanto o uso de metais preciosos adiciona prestígio às premiações, também as torna mais suscetíveis ao desgaste. À medida que os atletas continuam a valorizar esses símbolos de suas conquistas, o comitê olímpico pode precisar considerar maneiras de tornar as medalhas mais duráveis sem sacrificar seu valor simbólico.
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