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9 dos vírus mais mortais do planeta

Luciana Calogeras

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Quando tudo aparenta estar resolvido e conseguimos desenvolver uma vacina, surgem outros e mais outros vírus trazendo para nós cada vez mais desafios.

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Podemos dizer que os seres humanos lutam contra os vírus desde antes de nossa espécie ter evoluído para sua forma moderna. Para algumas doenças virais, vacinas e medicamentos foram desenvolvidos, de forma a impedir que as infecções se espalhassem amplamente, ajudando as pessoas doentes a se curarem.

A título de exemplo, temos a varíola, uma doença altamente contagiosa causada pelo ortopoxvírus. Estima-se que no século XVIII cerca de 400 000 pessoas morriam por ano na Europa e que um terço dos casos resultava em cegueira. Hoje conseguimos erradicar a varíola, livrando o mundo de novos casos.

Porém, como mostram as notícias sobre o recente surto de Ebola, devastador sobretudo na África Ocidental e, agora, o Coronavirus, cujo epicentro se deu em Wuhan, parece que estamos longe de vencer a luta contra os vírus. E, quando tudo aparenta estar resolvido, surgem outros e mais outros, trazendo para nós mais e mais desafios.

Acredite se quiser, existem outros vírus por aí que são igualmente mortais ou até piores do que o Coronavirus. E aqui estão nove dos piores assassinos, com base na probabilidade de uma pessoa morrer se for infectada por um deles, em comparação com o estrago que já fizeram no mundo. Conheça 9 dos vírus mais mortais do planeta:

9 – HIV

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No mundo moderno, um dos vírus mais mortais de todos pode ser o HIV: estima-se que 36 milhões de pessoas tenham morrido de HIV desde que a doença foi descoberta no início dos anos 80.

O HIV quebra as defesas da célula CD4, que é fundamental para o funcionamento do sistema imunológico. Quebrando-a, as defesas do organismo são enfraquecidas. Por isso, uma pessoa que contrai o HIV não morre pelo HIV em si, mas pode morrer por um simples resfriado, já que não possui defesa nenhuma para combatê-lo.

Poderosos medicamentos antivirais tornaram possível que as pessoas vivam anos com o HIV, mas essa doença continua a devastar muitos países de baixa e média renda, onde ocorrem 95% das novas infecções pelo HIV.

Para se ter ideia, quase 1 em cada 20 adultos na África Subsaariana é soropositivo, de acordo com a OMS.

8 – Raiva

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Apesar de as vacinas antirrábicas para animais de estimação terem sido introduzidas na década de 1920 e terem ajudado a tornar a doença extremamente rara no mundo desenvolvido, a raiva continua sendo um problema sério na Índia e em muitas partes da África.

Essa doença é capaz de destruir o cérebro por uma encefalite progressiva e aguda, sendo causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

Hoje em dia, se uma pessoa for mordida por algum animal contaminado, temos como tratar essa pessoa, já que dispomos de anticorpos capazes de curar o indivíduo.

Agora, se a pessoa não receber tratamento, a chance de morte é certa – em 100%.

7 – Gripe

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Em temporadas típicas de gripe, até 500.000 pessoas morrem no mundo, segundo a OMS. Porém, ocasionalmente surge uma nova cepa de gripe e, com ela, uma pandemia com a propagação mais rápida da doença, geralmente, com taxas de mortalidade mais altas.

A pandemia de gripe mais mortal de história é a conhecida como gripe espanhola, que começou em 1918 e adoeceu até 40% da população mundial, matando cerca de 50 milhões de pessoas.

6 – Rotavírus

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Hoje em dia existem duas vacinas para proteger as crianças do rotavírus, que é extremamente mortal para crianças. As infecções por rotavírus são as principais causas de doenças diarreicas graves entre bebês e crianças pequenas, tendo o vírus a capacidade de se espalhar rapidamente.

A OMS estima que, em todo o mundo, 453.000 crianças com menos de 5 anos morreram de infecção por rotavírus apenas em 2008. Os países que introduziram a vacina já relataram declínios acentuados nas hospitalizações e mortes por rotavírus.

5 – Dengue

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Foi na década de 1950 nas Filipinas e na Tailândia que apareceu o que hoje conhecemos como “dengue”. Desde então, a doença se espalhou pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta.

A dengue adoece de 50 a 100 milhões de pessoas por ano, segundo a OMS. Embora a taxa de mortalidade pela dengue seja menor do que alguns outros vírus, em 2,5%, o vírus pode causar uma doença semelhante ao Ebola: a chamada febre hemorrágica da dengue.

Essa condição tem uma taxa de mortalidade de 20% se não for tratada e pesquisadores tentam desenvolver uma vacina para que possamos um dia combatê-la.

4 – Hantavírus

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A Síndrome Pulmonar por Hantavírus (HPS) é uma doença viral transmitida por roedores selvagens ou por saliva humana e ganhou grande atenção nos EUA em 1993, quando um jovem saudável e sua noiva, ambos da região de Four Corners, nos Estados Unidos, morreram poucos dias depois por falta de ar.

Alguns meses depois, as autoridades de saúde isolaram o hantavírus de um camundongo que vivia na casa de uma das pessoas infectadas. Mais de 600 pessoas nos EUA já contraíram HPS e 36% morreram da doença, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Este vírus não é transmitido de uma pessoa para outra: as pessoas só contraem a doença pela exposição aos excrementos de camundongos infectados.

3 – Ebola

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Você deve ter acompanhado nos noticiários sobre o recente surto de Ebola, que causou pavor a nível global, não é mesmo? Esse vírus é transmitido através do contato com sangue ou com outros fluidos corporais, ou até mesmo tecidos de pessoas ou animais infectados.

Os primeiros surtos conhecidos de Ebola em seres humanos ocorreram simultaneamente no Sudão e na República Democrática do Congo, no ano de 1976. Todavia, as cepas conhecidas variam drasticamente em sua mortalidade. Por exemplo, uma cepa do vírus, o Ebola Reston, nem deixa as pessoas doentes. Agora, a cepa Bundibugyo, possui uma taxa de mortalidade de até 50% a 71%, segundo a OMS.

O surto em andamento na África Ocidental começou no início de 2014 e é o maior e mais complexo surto da doença até o momento, junto do recente Coronavirus, segundo a OMS.

2 – Varíola

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Por muito tempo a varíola foi um grande inimigo do mundo, sobretudo na Europa. Estima-se que no século XVIII cerca de 400 000 pessoas morriam por ano no continente. A doença era capaz de matar cerca de 1 em cada 3 pessoas infectadas, deixando os sobreviventes com cicatrizes profundas e permanentes e, muitas vezes, cegos.

O pior ainda era o que acontecia com as populações fora da Europa: as pessoas tinham pouco contato com o vírus antes que os exploradores europeus o trouxessem para suas regiões. Historiadores estimam que 90% da população nativa das Américas morreu de varíola que foi introduzida por exploradores europeus.

A Assembleia Mundial da Saúde declarou o mundo livre de varíola em 1980 apesar de, somente no século XX, a varíola ter matado 300 milhões de pessoas.

1 – Marburg: o vírus mais perigoso do mundo

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O vírus Marburg foi identificado pelos cientistas em 1967, quando ocorreram pequenos surtos entre trabalhadores de laboratório na Alemanha que ficaram expostos a macacos infectados que vieram de Uganda.

Esse vírus é semelhante ao Ebola, pois ambos podem causar febre hemorrágica. Isso significa que as pessoas infectadas ficam com febre alta e sangramento por todo o corpo, resultando na falência de órgãos e a própria morte.

No primeiro surto, a taxa de mortalidade foi de 25%, mas em 1998 a 2000 foi superior a 80% no surto na República Democrática do Congo, como também no surto de 2005 em Angola, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.

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