Durante o período vitoriano, os papéis de homens e mulheres tornaram-se mais definidos do que em qualquer outra época da história. Nos séculos anteriores, era comum as mulheres trabalharem ao lado de maridos e irmãos nos negócios da família. No entanto, tudo mudou e regras de etiqueta se tornaram padrões. E algumas, como você verá a seguir, bastante estranhas aos nossos olhos modernos.
Veja só 7 coisas “inocentes” que envergonhariam uma mulher vitoriana que fazemos todos os dias:
7 – Era inapropriado apenas mencionar roupas íntimas femininas

Acreditava-se que até mesmo mencionar roupas íntimas femininas poderia despertar um interesse doentio por partes do corpo.
Uma pessoa moderna provavelmente pensaria que as roupas de baixo do passado eram bem vulgares, mas a questão é que essas peças inomináveis (as pantalonas que se usavam em vez de roupas íntimas) não tinham sequer costura. Ao invés disso, havia um buraco no meio para as necessidades. É por isso que o can-can era tão popular e arriscado na sua época.
6 – Era considerado inadequado e perigoso tomar banho quente

Nos tempos vitorianos, as pessoas não tomavam banho muitas vezes, porque pensavam que o corpo completamente molhado perdia sua proteção natural, o que poderia levar a distúrbios psicológicos, febres ou algo pior.
“Durante a era vitoriana, fazer alguma coisa do jeito certo muitas vezes significava fazê-la da maneira mais desconfortável”, diz Therese Oneill, em seu livro Unmentionable: The Victorian Lady’s Guide to Sex, Marriage and Manners. As moças deveriam tomar banho em água fria, usando uma esponja molhada com uma gota de vinagre. Não existia banho quente. As pessoas acreditavam que tomar banho em água mais quente que 37,8° C poderia levar a mulher à loucura ou mesmo estimulá-la a procurar prazer carnal.
5 – Atividades físicas e mulheres eram coisas incompatíveis

No início do século 19, as pessoas acreditavam que as meninas e mulheres deveriam preservar seus corpos para um propósito especial – o parto. Acreditava-se que a atividade física era perigosa para as mulheres. E quanto maior a diferença física entre homens e mulheres, mais fácil era controlá-las.
No entanto, esse “sistema” não era muito consistente. Só funcionava para mulheres nobres. Ditados como: “As mulheres geralmente são fisicamente menores e mais fracas que os homens, seu cérebro é muito mais leve e simplesmente não há maneira de fazer o mesmo trabalho que os homens, tanto fisicamente quanto mentalmente”, não se aplicava às mulheres pobres. As mulheres da classe trabalhadora fizeram muito nas minas de carvão, siderúrgicas e nas indústrias têxtil e agrícola. Junto com as crianças, transportavam carvão através de minas estreitas. Mais do que isso, os donos de fábricas geralmente preferiam contratar mulheres em vez de homens, porque era mais fácil aceitarem um trabalho físico pesado e, infelizmente, recebiam menos por isso.
No final do século 19 e início do século 20, a atitude em relação à atividade física começou a mudar. Meninas de classe média e alta podiam finalmente jogar tênis, badminton e críquete, além de praticar tiro com arco, nadar e fazer ginástica. E como sabemos hoje, a boa forma física das futuras mães garante a saúde de seus filhos.
4 – Fazer perguntas em uma conversa era falta de educação

Regras de etiqueta do século XIX recomendava que as mulheres evitassem fazer perguntas durante uma conversa. Eles não tinham certeza do que poderia ofender a outra pessoa, então todas as frases deveriam ser declarações, não perguntas.
Então, em vez de perguntar como o irmão de alguém estava, as mulheres deveriam dizer: “Espero que o seu irmão esteja bem”. E os tópicos clássicos das conversas das mulheres, como o clima e as crianças, precisavam ser evitados para que não fossem chamadas de rude e indignas.
3 – Andar de bicicleta era considerado algo extremamente sujo

As mulheres que andavam de bicicleta sozinhas eram julgadas por duas razões. Primeiro, elas exigiam roupas mais convenientes para seus passeios. Então, como resultado, saias e vestimentas especiais apareceram. E muitos vitorianos tiveram uma atitude muito negativa em relação a essas roupas porque se pareciam muito com as calças masculinas.
Segundo, os médicos pensavam que andar de bicicleta poderia estimular as mulheres sexualmente. E as mulheres, especialmente as jovens, deveriam ser limpas e inocentes.
No entanto, havia pessoas que protegiam os direitos das mulheres de andarem de bicicleta. Então, pelas mulheres mais corajosas continuarem a usar esse tipo de transporte, a sociedade não teve escolha senão gradualmente se acostumar com isso e até mesmo admitir o efeito positivo que as bicicletas poderiam ter sobre a saúde em geral.
2 – Pedir a um homem para carregar sacolas de compras era vergonhoso

Naquela época, era bastante fácil se livrar de um homem indesejado. Tudo o que uma mulher tinha que fazer era pedir a ele que carregasse algumas sacolas de compras. De fato, era vergonhoso aparecer com muitas coisas, não apenas para um homem, mas também para uma dama. Uma dama nobre deveria andar apenas com um cachorro fofo, um buquê de flores ou com uma cesta com poucas frutas em suas mãos. Somente em alguns casos raros era aceitável que ela carregasse uma caixa quadrada, e tinha que ser pequena.
1 – Usar batom era uma coisa que apenas mulheres de baixa moral usavam

A rainha Victoria achava que maquiagem era vulgar e pouco atraente. É por isso que, se uma mulher usasse produtos de beleza, ela poderia facilmente ganhar alguns rumores negativos sobre ela mesma. Era relativamente aceitável usar blush e nada mais. Apenas atrizes e prostitutas (e as pessoas não viam muita diferença entre as duas naquela época) podiam usar livremente batom e quaisquer outros cosméticos. Até 1921, as mulheres mais modernas de Londres usavam maquiagem secretamente.
Mas todas as mulheres queriam se sentir mais belas. Então, as mulheres usavam substâncias químicas que continham arsênico e chumbo em seus rostos, colocavam mercúrio em seus lábios e amônia em seus cabelos.