A grande maioria das tentativas que foram feitas, no passado, de prever a forma como viveríamos no futuro, não teve tanto sucesso assim. Quem tem um pouco mais idade certamente se lembra dos filmes de ficção científica mais antigos, que erraram feio em algumas previsões.
Mas não custa nada exercitar a nossa massa cinzenta e pensar sobre o mundo daqui mais 50, 100 ou 200 anos. Afinal, se errarmos, talvez nem estejamos aqui para saber. Além disso, fazer projeções sobre o futuro também é algo importante para refletirmos sobre alguns equívocos que cometemos enquanto humanidade, enquanto ainda há tempo.
O problema do aquecimento global
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Talvez um dos problemas mundiais que esteja fazendo o maior número de manchetes atualmente, o aquecimento global realmente merece um destaque em nossas projeções sobre o futuro. Na verdade, nem é preciso pensar no futuro para entendermos os riscos do aquecimento global, já que os resultados estão batendo à nossa porta.
Derretimento das calotas polares, elevação da maré, inundações, temperaturas fora do comum e extinção de certas espécies são apenas algumas das complicações que podem ser causadas pelo aquecimento desenfreado da temperatura em nosso planeta, sem contar os problemas na agricultura.
De acordo com as últimas estimativas, o planeta Terra teve um aumento de 0,74ºC em sua temperatura nos últimos 100 anos. Caso nada seja feito ainda neste século, podemos observar um acréscimo de 2ºC a 5,8°C na temperatura média global – o que definitivamente colocaria todos nós em risco.
Descontrole da inteligência artificial
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Pesquise “inteligência artificial” em seu navegador e você vai se deparar com um turbilhão de notícias relacionando esta tecnologia a uma infinidade de áreas da nossa vida. A “I.A”, como é chamada, já faz parte de games, smartphones, automóveis, e está cada vez mais ampliando o seu leque de utilidades.
Dentro da área da medicina, por exemplo, a inteligência artificial já é utilizado na detecção de algumas doenças, como o câncer de mama. A tecnologia também já é capaz de identificar cópias em trabalhos acadêmicos e avisar quando alguma alteração foi feita em uma imagem no Photoshop.
Mas o que acontecerá quando a inteligência artificial estiver em dispositivos ainda mais complexos, como os robôs que imaginamos que existirão no futuro? E que futuro será o da humanidade caso carros, androides, armas e várias outras tecnologias perigosas se voltem contra nós?
Este tema assusta muitos cientistas, filósofos e autoridades. Stephen Hawking, por exemplo, já demonstrou que tem muito medo do potencial ofensivo da inteligência artificial no futuro da humanidade.
Os antibióticos podem acabar se voltando contra nós
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Esta é uma preocupação que há muito tempo já existe dentro das discussões médicas e científicas. A forma como nos medicamos hoje em dia para muitas doenças que talvez pudessem ser tratadas de outra forma faz com que cada vez mais nos coloquemos em risco. O abuso de antibióticos, por exemplo, é o principal responsável pela resistência de certas bactérias, e pela criação das chamadas “super-bactérias”.
Os médicos são unânimes ao dizer que é necessário reeducar a população no que diz respeito à auto-medicação, caso contrário no futuro podemos encarar doenças praticamente intratáveis.
Vamos precisar mudar drasticamente a nossa alimentação
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A forma como nos alimentamos vai mudar muito no futuro. Não porque vamos passar a ter uma dieta mais saudável, mas provavelmente porque não vamos mais conseguir produzir alimentos da forma que fazemos hoje. As mudanças climáticas, outros problemas ligados à agricultura e a elevação na população mundial podem levar a uma crise mundial na produção de alimentos.
Alguns países extremamente populosos, como a China, a Índia, e outros países asiáticos já estão acostumados, por exemplo, a comer insetos – que são mais fáceis de criar e existem em maior abundância. Não é nenhum exagero pensar que, no futuro, ocidentais (incluindo nós, brasileiros) teremos que nos acostumar com este tipo de alimentação também.
Uma nova extinção em massa
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O planeta Terra já enfrentou uma série de extinções ao longo da sua história, sendo a dos dinossauros a mais famosa de todas. Por isso, os cientistas sabem que não é tão improvável passarmos por mais uma extinção em massa. Na verdade, de acordo com alguns cientistas, esta extinção já está em curso.
Não exatamente os humanos é que estão sendo extintos, mas por causa deles outras espécies estão enfrentando um triste fim. De acordo com estudos recentes, mais de 177 mamíferos perderam grande parte de sua distribuição geográfica nos últimos tempos, tendo mais de 40% enfrentado uma diminuição populacional. Para os pesquisadores, muitas espécies que eram consideradas seguras no que diz respeito à extinção há algumas décadas, já não gozam mais desse status.
O culpado, em grande parte, é o ser humano. A forma como nossa sociedade se desenvolve de forma desenfreada, quase sempre sem nos preocuparmos com a sustentabilidade, acaba colocando em risco todo o meio-ambiente ao nosso redor.
Eventualmente, não é errado pensar, podemos ser nós a enfrentar sérios problemas por conta de nossas atitudes impensadas.
Crises comunicacionais
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Você já parou para pensar como a nossa comunicação hoje depende quase que 100% de satélites posicionados no espaço? A internet, as ligações telefônicas, transmissões televisivas, praticamente tudo depende de satélites. O grande problema é que, caso algo de ruim aconteça a eles, seríamos obrigados a voltar a viver de uma forma totalmente retrógrada.
Basta pensar, por exemplo, que teríamos que dar adeus à Internet, o que transformaria os smartphones, notebooks e tablets em objetos quase sem utilidade. Além disso, a comunicação telefônica sofreria sérios problemas, e a nossa relação com o dinheiro também mudaria. Afinal de contas, transações bancárias, compras e vendas por cartão de crédito, depósitos e demais operações dependem também dos satélites. A aviação também sofreria, bem como o sistema de GPS e incontáveis outras tecnologias.
E por mais que você queira pensar o contrário, a chance disso acontecer não é assim tão remota. Os cientistas já admitem a possibilidade tempestades solares e outros fenômenos atrapalharem a comunicação por satélites, e o pior de tudo é que há pouco que possamos fazer para evitar estes eventos catastróficos, caso eles ocorram. O que nos resta é torcer para que pelo menos demore muito para acontecer, e que quando aconteça, não comprometa de forma definitiva a comunicação na Terra.
Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.