A vida na terra passou, por bilhões de anos, por mudanças drásticas para se adaptar ao ambiente dinâmico do nosso planeta: e a grande chave da evolução foi a seleção natural, de modo que os organismos mais bem adaptados sobrevivem e passam suas características mais proeminentes aos seus descendentes.
Assim sendo, os seres humanos evoluíram ao longo do tempo para se tornarem as espécies dominantes deste mundo. Porém, podemos nos perguntar: e se a história da origem dos seres humanos tivesse sido diferente? E se as condições ambientais que nos forçaram a evoluir fossem outras das quais conhecemos?
Como seria a nossa aparência? Bem, nós respondemos: nesta lista, veremos do ponto de vista científico as 5 formas que os seres humanos teriam se tivessem evoluído de maneira diferente – veja só:
5 – Seres humanos adaptados para sobreviverem aos acidentes de carro
Para o bem de nossa saúde, nós seres humanos temos um limite de velocidade natural: por milênios, usamos apenas o poder de nossas pernas para nos mover, porém hoje em dia dispomos de veículos automotores que permitem nos movermos em velocidades mais altas.
Por isso uma invenção artificial como essa tem efeitos negativos em corpos não adaptados como o nosso: um acidente de trânsito em baixa velocidade pode causar ferimentos físicos graves, enquanto um acidente de carro em alta velocidade pode nos matar.
Então, como estaríamos se tivéssemos evoluído para suportar acidentes de trânsito? Veja por si mesmo:
Foto: tac.vic.gov.au
Especialistas na Austrália formularam uma resposta que é interessante e, ao mesmo tempo, assustadora: o Graham, o resultado de uma campanha contra acidentes de trânsito conduzida pela Comissão de Acidentes de Transporte da Austrália (TAC).
Graham é um homem à prova de colisões, por isso sua anatomia funcional é mais importante que a estética.
Esse novo homem adaptado possui uma pele grossa que é resistente a arranhões e pequenos cortes e também um rosto plano e coberto de gordura para proteger os ouvidos e o nariz dos impactos repentinos.
Embora seu cérebro seja o mesmo que o nosso, seu crânio é maior, mais grosso e cheio de tecidos moles para absorver a força da colisão durante um acidente. O homem não tem pescoço porque o pescoço se quebra facilmente em um acidente e as costelas de Graham são cobertas por sacos de tecido que se projetam como mamilos extras e absorvem impactos como se fossem Airbags.
Os ossos das pernas foram modificados para agir como “molas” para absorverem o impacto, ao mesmo tempo em que os joelhos podem girar livremente para que as pernas não quebrem nesse ponto.
Apesar de ser genial e ter recebido vários prêmios, estamos bem longe de sofrermos uma mudança assim.
4 – Pessoas mais fortes sob uma gravidade mais forte
Toda a vida na Terra está adaptada ao nível de gravidade do nosso planeta e é interessante pensar em como seríamos em um mundo mais denso, de maior gravidade.
De início os aspectos físicos não mudariam, de modo que teríamos a mesma aparência física: com olhos, boca, etc. Porém, em um ambiente de alta gravidade, uma queda de baixa altitude poderia ser mortal.
A alta gravidade pode fazer com que a estatura das pessoas seja mais baixa e, em seguida, iríamos perder a postura bípede, pois ela não iria ser mais tão eficiente. Para distribuir melhor o peso, as criaturas deveriam ter seis pernas com o longo do tempo.
Em condições de alta gravidade haveria o problema da pressão arterial: o coração precisaria trabalhar mais para bombear sangue para a cabeça e os outros membros, sendo provável que as pessoas adaptadas a essas condições tenham corações mais fortes e mais próximos do cérebro.
A característica mais visível dos humanos sob condições de gravidade, no entanto, seria a maior densidade óssea e muscular: os ossos seriam mais grossos para sustentar a estrutura do corpo, e os músculos seriam maiores para ser possível a locomoção sem muito esforço
Estudos em animais também sugerem que os seres humanos neste ambiente extremo teriam uma quantidade muito menor de gordura corporal do que os seres humanos na Terra.
3 – O “homem-planta”
Foto: popsci.com
Ok, é bizarro, sabemos. Mas instigante: e se os humanos tivessem evoluído das plantas? Apesar de parecer um absurdo, existem pelo menos dois fatores que nos levam a pensar sobre a possibilidade desse cenário: primeiro, as plantas podem se comunicar usando um sistema que se assemelha a uma forma primitiva do sistema nervoso de um animal. Isso ocorre porque plantas e animais vêm de um ancestral comum. Segundo, a definição mais básica de “planta” é um organismo vivo que produz seus próprios alimentos combinando nutrientes e luz solar em um processo chamado fotossíntese.
Se pudéssemos nos alimentar por fotossíntese, seríamos, em essência, “plantas humanas”. Mas como seriamos? Bem, o ponto mais notável é que nossos corpos seriam cobertos por órgãos microscópicos chamados cloroplastos, sendo esses órgãos (de cor verde) os responsáveis pela fotossíntese nas plantas.
Sendo assim, nós como “homem-planta”, teríamos pele verde e também teríamos ramos e folhas para capturar mais luz solar. Nossa pele teria que ser muito mais porosa para trocar dióxido de carbono, como as plantas de modo que, ao passo que nosso cérebro consome muita energia de nosso corpo , precisaríamos ficar parados sob a luz do sol o máximo de tempo possível. Isso sem dúvida faria de nossa vida algo bem chato, não é mesmo?
[Popsci]
2 – Pássaros humanos
Foto: sciencefocus.com
Sem dúvida somos bem diferentes dos pássaros, para começar, pelo fato deles pertencerem a outro ramo evolutivo, o que faz com que as diferenças sejam bem maiores do que as semelhanças.
Porém é interessante especular sobre o que teria acontecido se os pássaros tivessem evoluído como a espécie dominante em vez dos humanos – com o resultado sendo um híbrido entre um homem e um pássaro – ou um “homem-pássaro” mais especificamente.
Bem, de início, esse ser vivo teria o corpo coberto de penas, já que pelos são características dos mamíferos. Ao mesmo tempo, o pássaro humano teria ossos quase ocos e mal teria dentes, de forma que sua musculatura seria muito mais leve que a dos humanos, pois não iria conseguir voar nesses casos.
Já o cérebro humano e o mecanismo de voo consumiriam muita energia, de forma que o homem-pássaro não poderia ter as duas virtudes – teria que escolher entre voar ou ser inteligente. Para piorar a situação, o desenvolvimento de ferramentas tornaria o humano alado sedentário, voando cada vez menos.
Sobre os seus braços, existem duas opções: ou seriam substituídos por asas com dedos, como as do dinossauro do gênero Archaeopteryx, ou a criatura reteria os braços e as asas. No último caso, seu esqueleto provavelmente sofreria grandes modificações em comparação com o esqueleto humano.
Com capacidade de voo reduzida, o pássaro humano ficaria limitado a viver nas árvores e subir e descer planando. O mais estranho de tudo é que essa criatura iria botar ovos em vez de dar à luz filhotes, como fazem os mamíferos.
Embora a chance de os pássaros evoluírem para humanos sempre fosse impossível, isso poderia mudar no futuro: os cientistas acreditam que podem inserir asas em embriões humanos depois de decifrarem o código genético dos pássaros. Wow!
1 – O corpo humano perfeito
Foto: alice-roberts.co.uk
Sabemos que não são imediatas as mudanças evolucionárias nos seres vivos e, mesmo quando o ambiente muda repentinamente, as adaptações físicas necessárias para sobreviver nele podem levar milhares ou milhões de anos a ocorrer. Por esse motivo, mesmo após milênios de progresso como civilização, os seres humanos não estão tão bem adaptados ao nosso mundo quanto gostaríamos de estar.
Muitas de nossas características físicas são obsoletas, porém agora precisamos de outras adaptações para sobreviver nas sociedades urbanas, de forma que a ciência afirma saber quais seriam essas mudanças necessárias: o corpo resultante após essas modificações, todavia, é bastante bizarro.
Com base em uma varredura de seu próprio corpo, a bióloga britânica Alice Roberts aplicou as adaptações que os cientistas acreditam serem necessárias para nossas vidas modernas. Embora o corpo final esteja longe de nosso conceito típico de beleza, Roberts diz que é o “corpo humano perfeito”.
Entre algumas de suas características mais notáveis, os olhos são maiores para eliminar pontos cegos e os ouvidos são maiores para capturar até os sons mais sutis. As pernas são feitas para correr em alta velocidade, ao passo que a coluna é mais curta para suportar melhor o peso corporal.
Como os partos em geral – principalmente os naturais – produzem muita dor para as mulheres, isso é resolvido com uma bolsa no abdômen para transportar o recém-nascido. Ou seja: os “humanos perfeitos” seriam como os cangurus.
Os nossos pulmões seriam como os dos pássaros para oxigenar melhor o sangue, e os corações seriam mais complexos como os dos cães. Para completar, a pele desses humanos pode mudar sua tonalidade, evitando assim o risco de câncer de pele.
Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.