A arqueologia é algo que sempre nos fascina: é como se estivéssemos assistindo aos mistérios de Sherlock Holmes sendo resolvido diante de nossos olhos, uma vez que as pistas estão lá,sob o solo.
E o mais interessante de tudo é que uma descoberta arqueológica pode tornar toda uma geração de escritos acadêmicos obsoletos em apenas um segundo, sendo que algumas dessas descobertas são tão estranhas que podem mudar completamente a maneira como vemos a história.
Reunimos a seguir algumas delas. Veja só:
5 – O escudo de casca de Leicestershire

No ano de 2015, arqueólogos trabalhando em Leicestershire, Reino Unido, fizeram uma descoberta única na história da Europa: um escudo da Idade do Ferro feito de casca de árvore.
O escudo, que foi criado por volta de 395-255 a.C., virou o mundo arqueológico de cabeça para baixo: antes desta descoberta, era amplamente aceito que os escudos de casca não teriam sido fortes o suficiente para serem usados em um combate real.
Mas, mesmo que o escudo tenha sido seriamente danificado quando descartado em um poço, já tinha mais de uma década e tinha visto muita ação.
Desde sua descoberta, arqueólogos experimentais tentaram recriá-lo e acabaram descobrindo que esses escudos poderiam ser surpreendentemente resistentes – até mesmo repelir flechas e ataques com armas, além de serem mais leves do que o normal.
4 – Pedras de Govan

As pedras de Govan são alguns dos mais estranhos monumentos que sobreviveram desde a antiga Grã-Bretanha medieval.
Elas serviram como sarcófagos para figuras importantes, como a realeza ou nobres ricos e só existem em lugares onde tanto as culturas nórdicas quanto as nativas britânicas estão presentes. Elas foram encontradas em Cumbria, no centro da Escócia e em partes de Yorkshire, apresentando arte e decoração de mistura de estilos celtas e nórdicos, acentuando a importância da elite dominante. Essas rochas poderiam ter sido usadas por dinastias nórdicas recém-chegadas para reforçar seu poder e ligar sua autoridade com os reis celtas que vieram antes deles, uma tentativa de aplacar seus novos súditos conquistados.
As pedras de Govan são um grupo de 31 sarcófagos que foram construídos em Strathclyde por volta de 870 d.C. Elas foram construídas para homenagear os governantes de Strathclyde durante um período em que os líderes celtas e nórdicos estavam disputando o controle do reino.
Originalmente, haviam 46 pedras. Mas, quando as pedras foram finalmente reconhecidas como sendo de importância arqueológica no século 19, apenas 31 delas foram movidas para dentro da Antiga Igreja Paroquial de Govan.
O resto foi exibido contra a parede da igreja e, em 1973, o estaleiro Harland and Wolff foi demolido junto com uma parte da propriedade da igreja. As 15 pedras foram consideradas perdidas, provavelmente destruídas após serem confundidas com detritos. No entanto, em 2019, três das pedras foram redescobertas no cemitério por um voluntário de 14 anos que estava participando de sua primeira escavação arqueológica. O
O Govan Heritage Trust está agora expandindo sua escavação na tentativa de encontrar o restante das pedras perdidas.
3 – O Templo de Orkney

As Ilhas Orkney eram escassamente povoadas a partir da era dos pictos e quase sem importância em escala nacional. Porém, na Idade do Ferro que precedeu, Orkney foi o local de um dos assentamentos mais avançados da Grã-Bretanha.
O objetivo deste suposto templo ainda é desconhecido e seus muitos mistérios continuam intrigando os arqueólogos. De acordo com os padrões da Idade do Ferro, a estrutura central era gigante – 25 metros de comprimento por 20 metros de largura – sendo as paredes enormes, com mais de cinco metros de espessura.
Apesar do tamanho do edifício, no entanto, a câmara interna tinha apenas 6 metros de largura, isso porque havia outra parede espessa dentro, ocupando grande parte do espaço interior. A câmara principal era decorada com móveis grandes, semelhantes a cômodas, cuja finalidade ainda é desconhecida.
O telhado era sem dúvida a parte mais impressionante dessa estrutura, feito de telhas de pedra que haviam sido moldadas em quadrados perfeitos.
O edifício incomum levou muitos a especularem que o local era algum tipo de templo, mas seu verdadeiro propósito permanece desconhecido.
2 – Drogas no Egito Antigo

Essa sem dúvida foi uma das mais estranhas descobertas arqueológicas das últimas décadas, que aconteceu em Munique, na Alemanha, em 1992: a Dra. Svetla Balabanova estava realizando um teste químico em algumas antigas múmias egípcias pertencentes ao rei da Baviera. Para sua surpresa, ela descobriu traços de nicotina e cocaína nelas.
Nos tempos antigos, ambas as drogas só podiam ser encontradas nas Américas. Várias hipóteses surgiram desde então para tentar explicar como esses traços vieram a existir.
Estudos mais recentes sugeriram que, teoricamente, os antigos egípcios podem ter tido a capacidade marítima de chegar às Américas.
Achados arqueológicos e representações antigas da viagem de Hatshepsut à terra de Punt revelaram uma infraestrutura naval sofisticada, incluindo portos, materiais de construção e os restos das embarcações marítimas mais antigas já descobertas.
Representações contemporâneas de navios egípcios mostram embarcações com mais de 21 metros de comprimento transportando 200 marinheiros ao lado de mercadorias que só poderiam ser encontradas ao longo da costa da África. Isso revelou a capacidade do antigo Egito para o comércio de longa distância.
E não para por aí: em 1909, o Arizona Gazette informou que dois exploradores financiados pelo Smithsonian haviam descoberto cavernas na América que continham artefatos de estilo egípcio. No entanto, nenhuma evidência existe hoje e o Smithsonian não tem nenhum registro de tal descoberta sendo relatada por nenhum de seus exploradores.
Por enquanto, esta descoberta arqueológica permanece um mistério.
1 – A “Pedra Escrita de Gelt”

No início dos anos 200, alguns soldados romanos trabalhavam em uma pedreira em Cumbria, coletando pedras para a construção da Muralha de Adriano. Enquanto trabalhavam, acabaram por decidir esculpir algumas mensagens na pedra. As gravuras foram oficialmente redescobertas nos anos 1500 por William Camden, um dos primeiros historiadores modernos, junto ao seu amigo Julius Cotton.
Depois disso, o local, que ficou conhecido como a Pedra Escrita de Gelt, foi documentado várias vezes ao longo dos anos 1700 e 1800. Mas o graffiti nunca foi devidamente decifrado.
Desde então, a erosão destruiu algumas das mensagens, tornando algumas delas ilegíveis. O local era acessível ao público, mas o caminho entrou em colapso nos anos 80. Agora a pedreira é quase impossível de alcançar.
Recentemente, o local foi visitado por arqueólogos da Universidade de Newcastle, que tiveram que descer 9 metros para alcançá-lo.
O interessante é que, entre outras coisas, os soldados escreveram seus nomes e os de seus oficiais sendo que alguém até mesmo esculpiu uma pequena caricatura de um de seus comandantes e… também esculpiram um pênis, é claro.