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1942, o ano que os nazistas atacaram o Brasil na 2ª Guerra

Lucas R.

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1942, o ano que os nazistas atacaram o Brasil na 2ª Guerra
Em 1942, o submarino alemão U-507 atacou e naufragou dois navios brasileiros civis: o Baependi e o Araraquara.

Quando falamos da Segunda Guerra Mundial, frequentemente pensamos nas batalhas na Europa e na Ásia, mas você sabia que o Brasil também teve seu capítulo angustiante neste conflito global? O Nordeste do Brasil foi inesperadamente lançado ao centro das atenções da guerra, testemunhando uma série de eventos devastadores que mudariam para sempre a posição da nação no conflito.

O ataque alemão aos navios brasileiros

Baependi
Navio Baependi

Vamos voltar a agosto de 1942, entre os dias 15 e 19. Imagine: as águas normalmente calmas e quentes do nordeste do Brasil, de repente, se transformaram em um campo de batalha. O motivo? Um ameaçador submarino alemão chamado U-507, comandado pelo experiente Harro Schacht. Em apenas três dias, este submarino lançou um ataque implacável ao Brasil, torpedeando sete de seus navios mercantes.

Estar a bordo do Baependi, um navio de carga e passageiros brasileiro, significava esperar uma viagem regular. No entanto, em 15 de agosto, enquanto navegava ao largo da costa de Sergipe, ele foi brutalmente atacado. Dos 306 passageiros, um impressionante número de 270 pereceu, restando apenas 36 sobreviventes para contar a história. Suas histórias de desespero e angústia, passadas ao longo dos anos, servem como lembretes arrepiantes dos horrores da guerra.

Navio Araraquara
Navio Araraquara

Mas o pesadelo não parou por aí. Justo quando a notícia do naufrágio do Baependi estava chegando ao continente, o U-507 atacou novamente, desta vez mirando o Araraquara. Navegando pela mesma costa de Sergipe, o navio foi torpedeado, tirando a vida de 131 de seus 140 passageiros.

E ainda, os ataques continuaram. O Aníbal Benévolo, o Itagiba, o Jacira e o Arará tiveram destinos semelhantes, afundando sob a ira do U-507. No final desta curta, mas brutal campanha, um impressionante número de 607 pessoas perderam suas vidas.

Contra-ataque brasileiro

Agora, você deve se perguntar, como isso afetou a posição do Brasil na Segunda Guerra Mundial? Bem, essas tragédias marítimas serviram como um catalisador. O Brasil, que até então mantinha uma postura neutra, foi impulsionado à ação. O luto e a indignação coletivos de seus cidadãos se transformaram em uma poderosa determinação. Não mais ficariam à margem. A mensagem era clara – era hora de se juntar à luta contra os opressores.

Essa unidade e determinação culminaram em uma decisão crucial do Presidente Getúlio Vargas. Ele declarou guerra à Alemanha e à Itália, alinhando o Brasil com os Aliados e posicionando firmemente o país contra o nazi-fascismo. A mobilização popular generalizada que se seguiu foi sem precedentes, com brasileiros de todas as origens se unindo para apoiar o esforço de guerra.

No entanto, toda história tem seu clímax, e para o U-507, seu reinado de terror estava chegando ao fim. Em janeiro de 1943, ainda espreitando nas águas brasileiras perto do Piauí, ele encontrou seu destino. Um avião da Força Aérea Americana o atacou, destruindo efetivamente o submarino. O Brasil estava finalmente livre da sombra do U-507. Hoje, os remanescentes deste navio nazista jazem no fundo do Oceano Atlântico, servindo como um testemunho silencioso dos eventos daqueles dias fatídicos.

É essencial manter essas memórias vivas, não apenas como uma homenagem às vítimas, mas como um poderoso lembrete. A guerra, com todos os seus horrores, nunca deve ser esquecida. Ao lembrarmos, honramos aqueles que perderam suas vidas e reafirmamos nosso compromisso com a paz. Vamos garantir que tais eventos permaneçam confinados nos anais da história, para nunca mais serem repetidos.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.