Em uma entrevista recente à Fox News, no domingo (9 de março), o presidente dos Estados Unidos Donald Trump fez declarações fortes sobre o que considera o maior perigo para o mundo hoje. Para ele, não é a mudança climática, mas sim as armas nucleares que representam a verdadeira ameaça existencial. Com 78 anos, Trump chamou a atenção ao descrever o poder destrutivo desses arsenais: “O nível de destruição está além de qualquer coisa que você possa imaginar”.
Atualmente, os Estados Unidos possuem 5.044 ogivas nucleares, segundo dados oficiais, número menor apenas que os 5.500 da Rússia. Trump criticou o alto custo de manter e modernizar essas armas: “Gastamos muito dinheiro com algo que, se for usado, provavelmente será o fim do mundo”. Ele destacou a contradição de investir em tecnologia capaz de aniquilar a vida no planeta, enquanto outros problemas globais, como o aquecimento climático, recebem prioridade.
O republicano discordou publicamente do ex-presidente Joe Biden, que classifica a crise climática como uma das maiores ameaças à segurança global. “A maior [ameaça] está guardada em prateleiras de vários países, são monstros capazes de explodir cabeças por quilômetros e quilômetros”, afirmou Trump, referindo-se às ogivas. Para ele, o foco deveria ser reduzir riscos imediatos, como a proliferação nuclear, em vez de políticas ambientais de longo prazo.
Negociações com o Irã e alertas à China e Rússia
Trump também revelou que enviou uma carta ao líder supremo do Irã, Ali Khamenei, propondo uma nova rodada de negociações para conter o programa nuclear do país. O objetivo seria substituir o acordo original, do qual os EUA se retiraram em 2018. “Escrevi dizendo: ‘Espero que negociem, porque se tivermos que agir militarmente, será terrível'”, contou. Ele defendeu a diplomacia, mas deixou claro que não hesitaria em tomar medidas mais duras caso o Irã avance no desenvolvimento de armas atômicas.

Trump diz que precisamos priorizar a guerra nuclear como a maior ameaça à humanidade
Além do Oriente Médio, o ex-presidente mencionou a necessidade de diálogo com China e Rússia. Em fevereiro, ele já havia sugerido conversas para desacelerar a produção de novos armamentos nucleares. “Não há razão para construirmos mais ogivas. Já temos o suficiente para destruir o mundo 50, talvez 100 vezes”, argumentou. Para Trump, os gastos com essas tecnologias são um desperdício de recursos que poderiam ser usados em áreas mais produtivas, como infraestrutura ou saúde.
O paradoxo da destruição em massa
Em suas declarações, Trump ressaltou o paradoxo das potências nucleares: enquanto países como EUA, Rússia e China modernizam seus arsenais, ele questiona a lógica de investir em algo que nunca deverá ser usado. “É triste gastar tanto dinheiro em armas que, se forem acionadas, significariam o fim de tudo”, disse. Apesar de reconhecer a importância da dissuasão militar, ele defende que a comunidade internacional precisa encontrar formas de reduzir estoques, não ampliá-los.
As críticas de Trump refletem um debate antigo sobre o equilíbrio entre segurança global e riscos catastróficos. Enquanto alguns especialistas veem as mudanças climáticas como uma ameaça gradual, outros concordam que um erro de cálculo ou um conflito nuclear teria consequências imediatas e irreversíveis. O presidente, em seu segundo mandato, insiste que sua abordagem pragmática pode evitar cenários extremos — seja por meio de acordos com o Irã ou pressão sobre rivais geopolíticos.
Seus comentários reacendem discussões sobre até que ponto as armas nucleares garantem paz ou aumentam o perigo de aniquilação. Enquanto isso, o relógio continua correndo: programas atômicos avançam, e o mundo segue dividido entre priorizar o futuro do planeta ou o presente da segurança imediata.