As bruxas, hoje em dia, fazem parte quase exclusivamente das histórias de fantasia e dos contos de fadas. No entanto, há muito tempo, havia um grande temor de que elas estivessem entre nós, conspirando e utilizando seus feitiços contra os que então eram chamados de “pessoas do bem”.
Infelizmente, por conta de preconceitos, intolerâncias e ignorância, muitas mulheres foram perseguidas, torturadas e mortas por motivos que hoje são considerados absurdamente inimagináveis.
Confira, nessa lista, alguns fatos sobre as mulheres que antigamente eram consideradas “bruxas”.
1. Os julgamentos não se baseavam em evidências concretas.

Ao contrário do que se espera dos julgamentos modernos, as decisões envolvendo acusações de bruxaria não eram tomadas com base em evidências realmente concretas. Muitas mulheres eram condenadas apenas por relatos de vizinhos, familiares e pessoas importantes. Era extremamente comum, por exemplo, que pessoas totalmente inocentes e que não haviam cometido qualquer tipo de delito fossem condenadas por bruxaria apenas por intrigas, inveja ou desavenças.
2. Muitas mulheres tinham seus corpos inspecionados em busca de sinais e marcas.

Os antigos acreditavam que as “bruxas” carregavam marcas de tal maldição em seu corpo. Por isso, muitas garotas inocentes eram inspecionadas completamente nuas, em “exames” totalmente invasivos e humilhantes, que normalmente terminava de forma inconclusiva. Marcas de nascença, sardas, lesões cotidianas e outras marcas eram consideradas como um “sinal da besta”, à vontade do examinador.
3. O primeiro julgamento envolvendo “bruxas” ocorreu em 1428, em Valais, na Suíça.

Naquela ocasião, várias mulheres foram mortas mesmo sem confessar qualquer tipo de atrocidade, no entanto há registros que dizem que algumas mulheres admitiram ter cometido homicídios, entre outros crimes e coisas assustadoras – como comer seus próprios filhos, por exemplo.
4. Bolos feitos com urina.

Antigamente acreditava-se que a urina de uma “bruxa” possuía vestígios da sua “maldição”. Por isso, quando desconfiavam de alguma mulher em específico, preparavam uma espécie de bolo, ou biscoito, usando a sua urina. A sobremesa de revirar o estômago de qualquer um era então servida a um animal de estimação (como um cão, ou gato). Caso o animal demonstrasse algum comportamento estranho após ingerir o alimento, a mulher passava a ser vista de fato como uma bruxa.
5. Não se sabe exatamente de onde veio a ideia de que bruxas usam chapéus pontudos.

Se você já assistiu a algum filme cuja história possua uma bruxa, provavelmente viu tal personagem vestindo o típico chapéu pontudo. No entanto, as “bruxas de verdade” nunca usaram tal adereço.
A teoria mais aceita para a origem desta ideia é o fato de que uma lei de 1215, decretada pelo Papa Inocêncio III, que faz com que os judeus utilizassem chapéus pontiagudos. A partir disso, o antissemitismo teria se encarregado de relacionar tais adereços ao paganismo e à práticas supostamente hereges.
6. Merga Bien foi acusada de ter engravidado pelo Demônio.

Merga Bien fez parte dos julgamentos de 1600 em Fulda, na Alemanha, em que mais de 250 pessoas foram mortas. Àquela época, acreditava-se que as “bruxas” não podiam engravidar, e como Merga Bien foi condenada como bruxa, e estava esperando uma criança, foi concluído que ela havia tido uma relação sexual com o próprio Demônio.
Em consequência disso, fora queimada junto ao bebê que esperava.
7. As mulheres acusadas de bruxaria eram constantemente torturadas com agulhas.

As agulhadas eram uma forma de testar uma mulher suspeita de bruxaria. Depois de encontrar as supostas “marcas do demônio”, o corpo das mulheres era perfurado nestes pontos. Caso a vítima não demonstrasse dor ou não sangrasse, o veredito era dado na hora.
8. Nem todas as bruxas condenadas eram mortas com fogo.

A crença popular é de que as bruxas eram invariavelmente queimadas em uma fogueira depois de condenadas. No entanto, por exemplo, todas as condenadas nos Julgamentos de Salém, em 1692, foram enforcadas. Em países onde reinavam as leis britânicas não houve praticamente nenhuma morte por fogo, já que tal forma de execução era proibida. Isso não impediu, é claro, que a prática fosse observada em outras regiões da Europa.
9. A morte de Giles Corey.

Giles Corey foi acusado de bruxaria junto com sua esposa Martha durante os julgamentos de Salem. Como não admitiu seu envolvimento com a bruxaria, ele foi “pressionado” até a morte. Neste tipo de tortura, o corpo da vítima era literalmente pressionado até a morte, com a utilização de objetos extremamente pesados. A lei da época previa este tipo de execução, porém este foi o seu único caso documentado.
10. Uma garota de quatro anos de idade foi condenada durante os Julgamentos de Salem.

Trata-se de Dorothy Good, que à época foi acusada de ter atitude “bestial”, inclusive atacando e mordendo as pessoas. Mais tarde, ela admitiu que ela e sua mãe eram praticantes de bruxaria. Entre outras coisas, ela confessou que já havia visto sua mãe “conversando com o demônio”.
11. Algumas mulheres eram jogadas na água para provar sua inocência.

Entre as tantas formas absurdas de testar uma mulher e sua participação com a bruxaria, estava uma prática realmente assustadora. Algumas mulheres eram amarradas e depois jogadas na água. Se elas começassem a afundar, isso significa que não eram bruxas, já que elas, de acordo com a crença da época, eram leves demais para afundar.
Quando sobreviviam, eram colocadas em um barco e poupadas. O problema é que muitas morriam durante o teste.
12. Rituais envolvendo o consumo de corpos exumados.

É difícil dizer até que ponto as declarações dadas pelas mulheres condenadas por bruxaria eram verdadeiras, já que muitas eram forçadas a admitir coisas que nunca aconteceram. No entanto, um dos casos mais bizarros surgiu no julgamento de Agnes Sampson, em Forfar, na Escócia. Na ocasião, Agnes citou um suposto ritual em que as bruxas consumiam a carne de cadáveres exumados, bem como o corpo de crianças e bebês.