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10 fatos que provam que cobras são muito mais assustadoras do que você pensava

Luciana Calogeras

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Cobras possuem aparência assustadora mas, você já imaginou se deparar com uma cobra com patinhas? Elas realmente podem ser mais assustadoras ainda!

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Se há uma coisa que pode assustar qualquer ser humano desavisado, sobretudo enquanto passeia por uma floresta, essa coisa tem um nome: cobras.

Cobras não são animais malvados, claramente, mas possuem uma aparência assustadora, ainda mais quando colocam suas línguas para fora. E quando se tratam das anacondas, então? Nem se fala…

Apesar de, na maioria das vezes, as cobras atacarem para se defender, elas são essenciais na natureza, já que mantém a população de roedores sob controle.

Mas hoje iremos apresentar para você alguns fatos fora do comum que, talvez, causem pesadelos essa noite.

Conheça 10 fatos que provam que cobras são muito mais assustadoras do que você pensava e prepare seu psicológico para as próximas vezes que for fazer uma trilha ou adentrar numa mata.

10 – Existe uma cobra que “rouba” veneno dos sapos

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A Rhabdophis tigrinus é uma serpente japonesa incapaz de produzir veneno. Então, se ela te morder, vai doer muito, mas você não irá morrer – a princípio.

Acontece que, pelo fato dela não possuir presas, o perigo mora ao lado: na verdade, atrás da cobra, mais especificamente. Pela parte de trás de seu pescoço, a Rhabdophis tigrinus possui duas glândulas repletas de veneno, que liberam toxinas chamadas “Bufadienolídeos”.

Se você entrar em contato com esse químico, sua respiração será dificultada e o veneno atacará o coração. Você poderá morrer em poucos minutos.

No entanto, sabemos que a Rhabdophis tigrinus não pode produzir veneno, certo? Então, de onde vêm esses químicos em sua nuca?

A razão é que elas adoram comer sapos e esses anfíbios são venenosos. As cobras então os atacam e acabam absorvendo o veneno para si, a fim de livrar-se de seus predadores e ficarem ainda mais poderosas.

Então, caso veja uma dessa por aí… bem, é melhor sair correndo!

9 – Algumas cobras virgens podem procriar sozinhas

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Se a procriação de cobras já é algo assustador, imagina só uma única cobra, na ausência de um macho, começar a procriar sozinha? Parece um filme de terror, não é mesmo?

Há algum tempo, os cientistas descobriram que nem todos os vertebrados fêmeas precisam de machos para engravidar. Esse processo é chamado partenogênese facultativa: tanto galinhas, perus, tubarões e dragões de Komodo são capazes de se reproduzir sem o auxílio de um macho.

 Todos esses animais foram observados em cativeiro, mas nenhum animal virgem havia procriado até 2012, quando cientistas que estudaram a desova de ninhadas de víboras e descobriram que de 2,5% a 5% de todas elas nasceram sem ter pais.

 Os cientistas não sabem exatamente o que causa a partenogênese facultativa em víboras selvagens, mas têm ideia de que o processo começa com a meiose. Essa é a fase da reprodução sexual quando as células sexuais se dividem em duas, cada uma com metade dos cromossomos necessários para originar uma nova cobra.

Essas células haplóides precisam de informações do pai e da mãe para poderem se fundir mas, em casos bizarros, as células da mãe se fundem entre si e criam futuras serpentes.

Os cientistas acreditavam que esses bebês de mães virgens eram estéreis, mas em 2012, um pesquisador afirmou que encontrou uma cobra-liga que deu à luz filhos férteis.

8 – Existe uma doença que fazem as cobras se entrelaçarem até a morte

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Existem duas palavras que tememos bastante: novo vírus. E não só nós, mas as cobras, se pudessem pensar e se comunicar como nós, também temeriam.

 Em 2009, várias cobras do Aquário Steinhart, na Califórnia, nos Estados Unidos, foram atingidas por um vírus misterioso que os cientistas nunca haviam visto antes e os sintomas foram bem perturbadores.

Jiboias e pítons infectadas com esse vírus mortal sofreram de uma doença debilitante chamada “doença do corpo de inclusão”. No primeiro estágio as cobras vomitaram incontrolavelmente e, depois, começam a agir como se estivessem drogadas, balançando para frente e para trás, se jogando no chão, olhando para cima, etc.

Por fim, uma cobra infectada acaba fazendo tantos movimentos e acaba rastejando em torno de seu próprio corpo em um nó que não consegue desfazer e assim ela morre.

Essa doença é causada por um arenavírus, um agente distante do patógeno que causa o Ebola. Esse vírus ataca o cérebro, fazendo com que a cobra praticamente colapse, chegando a morrer em poucos dias.

Toda cobra que contrair essa doença deve ser sacrificada, para que outras não peguem o vírus que, todavia, não é transmitido para os seres humanos.

7 – Cobras como armas militares

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Se participar de uma guerra já é um inferno, imagine só uma guerra envolvendo cobras?

Pois, é: enquanto balas e bombas causam muito mais danos, as serpentes são excelentes armas psicológicas. Além de causarem medo, acabam distraindo e enfraquecendo o exército inimigo, pois ninguém quer correr o risco de ser mordido, não é mesmo?

Essa tática foi usada na Guerra do Vietnã, nos túneis de Cu Chi, um labirinto que abrange mais de 240 quilômetros. Enquanto os guerrilheiros do Viet Cong pudessem passar por lá sem serem detectados por helicópteros inimigos, eles resolveram dificultar as coisas para o exército norte-americano, carregando víboras consigo.

As víboras que eles carregavam tinham apelidos: elas eram chamadas de “cobras de um passo” ou “cobras de dois passos” porque, se você fosse mordido, essas seriam as quantidades de passos que você daria antes de cair morto.

Os soldados colocavam as víboras dentro de varas de bambu e, quando viam um soldado inimigo, o golpeavam com a vara, que se partia e deixava revelar a cobra dentro dela.

Embora a morte por picada de cobra tenha sido extremamente rara durante a Guerra do Vietnã, essas armadilhas definitivamente mantiveram os estadunidenses em constante estado de medo.

Ao longo da história, cobras foram usadas em guerras: o famoso general Hannibal usou as criaturas para infligir dor e sofrimento aos seus inimigos. Em 190 a.C., o comandante cartaginense estava lutando contra o rei Eumenes II de Pérgamo. Suas marinhas estavam brigando quando Hannibal lançou potes cheios de cobras nos navios pergameses.

Os historiadores acham que essas cobras também eram as víboras, cujo veneno pode causar hemorragias, vômitos e necrose. As cobras assustaram os marinheiros pergameses, permitindo que os homens de Hannibal ganhassem a batalha.

6 – Uma víbora capaz de te transformar em criança

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Você alguma vez já quis ser criança novamente? Bem, se você visitar o Sudeste Asiático, seu sonho pode se tornar realidade.

Essa região abriga a Víbora de Russell, uma cobra responsável por milhares de mortes a cada ano. Só é necessário de 40 a 70 miligramas de veneno para que seu sangue se transforme em gelatina.

Mas, se você for um dos sobreviventes sortudos, você poderá se tornar o próximo Benjamin Button.

Isso porque além de transformar seu sangue em geleia, o veneno dessa cobra causa muito sangramento interno: você sofreria uma hemorragia na glândula pituitária, a parte do seu corpo responsável pela produção de hormônios. Esses hormônios controlam a atividade da tireoide, a temperatura do corpo e a produção de hormônios sexuais. Uma vez que a toxina ataca, a glândula pituitária se desliga. Então, você se transformaria em uma criança pré-adolescente.

Cerca de 29% das vítimas de víbora sofrem de hipopituitarismo, uma condição que faz com que os pacientes percam o desejo sexual e a fertilidade, provocando também o desaparecimento dos pelos do corpo dos músculos masculinos e das curvas femininas.

Algumas pessoas até perdem o controle das funções mentais básicas e se tornam basicamente crianças.

Se a terapia de reposição hormonal não ajudar, pelo menos eles terão uma boa desculpa para brincar novamente, não é mesmo?

5 – Existem cobras com patas

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Imagem:  CEN/Europics

Imagina só acordar no meio da noite e se deparar com uma cobra, na parede de seu quarto, com pés e garras? Pois é: isso aconteceu com Dean Qiongxiu, uma chinesa de 66 anos. Ela pegou um sapato e bateu na cobra até a morte.

Após matar a cobra, ela pegou o animal, colocou em uma jarra e a enviou para a West Normal University em Nanchang, na China.

Os cientistas ficaram bastante surpresos ao verem uma cobra que possuía um pé. Os pesquisadores planejavam realizar uma autópsia para descobrir se a perna era genuína, mas os resultados não foram divulgados.

Não sabemos se foi uma mutação ou algum tipo de lagarto azarado que estivesse saindo do estômago da serpente. Mas uma coisa é certa: perninhas podem realmente crescer em cobras nas circunstâncias certas, assim como répteis de sua categoria. Eles possuem restos de quadris e membros em seus esqueletos.

As mutações dependem apenas dos genes Hox, reguladores que ativam e desativam outros genes.

Originalmente, os genes Hox incentivavam o crescimento de membros em cobras, mas com o tempo, a descrição de seu trabalho mudou para impedir que as perninhas brotassem. Com algumas modificações, os genes Hox poderiam ser revertidos, deixando as serpentes parecidas com dragões.

As mutações precisariam de algum agente externo, como a poluição, pela qual a China é notória. Então, é provável que isso tenha de fato acontecido com essa cobra em especial.

4 – Cobras gigantes que chegaram a acabar com uma tribo

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Parece um filme de terror, não é mesmo? Mas, acredite se quiser: essa história aconteceu mesmo.

Em 1962, o antropólogo Thomas Headland mudou-se para Luzon, a maior ilha das Filipinas. Lá ele resolveu montar um acampamento com o povo Agta, um povo que vivia como antigos caçadores-coletores nas florestas tropicais filipinas.

Acontece que lá eles estavam enfrentando grandes problemas com cobras e cerca de 1/4 dos homens da tribo haviam sido atacados por pítons.

O ponto ruim é que os homens possuíam em média 1,50 metros de altura, enquanto uma cobra atingia mais dos sete metros de comprimento. Então, já dá para ter uma ideia do tamanho do estrago, certo?

Em pesquisas, Headland descobriu que 26% dos homens tinham cicatrizes de ataques de cobras e, entre as décadas de 1940 e 1970, seis pessoas foram mortas por pítons, incluindo crianças que foram devoradas.

Por isso, os homens andavam regularmente armados com facões e outros equipamentos. O pai das crianças que foram comidas esfaqueou a píton responsável até a morte.

Por esse motivo e pela modernização, os Agta desistiram amplamente de seu antigo modo de vida e da luta constante com as cobras. Os descendentes migraram para as cidades e as cobras tomaram conta de Luzon. Quem diria que elas poderiam acabar com um povo, não é mesmo?

3 – Cobras como animais de estimação

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Enquanto as cobras acabaram com os Agta, a situação foi bem diferente em Ban Kok Sa Nga.

Localizada no nordeste da Tailândia, a comunidade de Ban Kok Sa Nga leva sua paixão pelas serpentes a um nível extremo – e muito perigoso, por sinal.

Tudo começou na década de 50, quando um médico queria fazer do local algo lendário. Por isso ele convenceu todos a criarem cobras e fazerem shows de cobras para os visitantes.

Até hoje, pelo menos 140 casas ainda mantém a tradição e possuem cobras como animais domésticos.

Lá eles promovem eventos de lutas com cobras e entretenimento em geral e desde a tenra idade as crianças são ensinadas a lidar com as cobras.

Quando uma cobra morre, seus proprietários fazem uma oferta pela cobra no templo local.

2 – Jiboias sentem o seu batimento cardíaco

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As jiboias podem chegar a 5,5 metros de comprimento e podem de fato de dar um abraço – até a morte.

Seres humanos não são suas presas, porém elas podem se enrolar em torno de uma pessoa para matá-la caso se sintam ameaçadas.

Uma vez que uma jiboia se envolve em um ser humano ou animal, é impossível enganá-la: elas sentem o coração bater e somente soltam quando param de ouvi-lo.

Pesquisadores do Dickinson College conseguiram comprovar isso através de um experimento em que prenderam corações simulados em ratos mortos e deram os roedores às cobras famintas.

Os corações falsos estavam conectados a uma bomba que os cientistas controlavam à distância, e variavam a quantidade de tempo que os corações batiam. Se o coração parava de bater, as Jiboias soltavam o ratinho.

Agora, se o coração pulsasse por mais de 20 minutos, elas desistiam. Afinal, não valeria a pena para elas gastar tanta energia assim numa única refeição.

1 – E, para finalizar: uma história bizarra envolvendo cobras que parece ficção, mas foi verídica

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Uma família estava bem animada pensando terem feito um bom negócio: eles compraram uma casa grande de cinco quartos pelo preço de uma casa pequena de dois quartos e pensaram que estavam se dando bem.

Quando o corretor de imóveis falou sobre os proprietários anteriores, alegou que a família passava por dificuldades financeiras e, não conseguindo pagar pela hipoteca na casa, inventaram uma “história falsa” sobre infestações de cobras.

Porém, mal sabiam os novos proprietários, Ben e Amber, que a história não era falsa. Logo o terror se instaurou: tudo começou quando Amber viu oito cobras ao redor da casa, nadando em seu poço e liberando secreções na água. A vida da família se tornou um pesadelo e centenas de cobras passaram a rastejar pelo quintal pelas paredes da casa, começando a invadir a residência por todo encanamento e qualquer lugar que podiam. Isso tudo aconteceu porque a casa tinha sido construída sobre um hibernáculo de cobras e, durante o verão, elas tinham despertado, para o pesadelo de todos.

Amber relatou “parecia que estávamos vivendo no covil de Satanás” e o casal declarou falência, saindo o mais rápido que pôde.

Simplesmente assustador, não? Seja o que for que aconteça, vale a pena sempre respeitar o habitat natural dessas cobras e manter-se o mais longe possível delas. E, caso você seja surpreendido com a presença delas em seu ambiente doméstico, não hesite em chamar ajuda especializada para a retirada do animal. Não vale a pena tentar a sorte e acabar se dando mal, não é mesmo?

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Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.

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