No momento em que nossos ancestrais distantes deixaram as árvores para andar nas savanas, ocorreram muitas mudanças físicas em nossa espécie, que ainda podem ser vistas hoje. Algumas são vestigiais e não são mais necessárias, enquanto outras perduram com a mesma eficiência e utilidade de sempre.
Afinal, a evolução humana está longe de terminar e é isso que nos faz tão interessantes! Por isso, trouxemos para você 10 fatos fascinantes sobre a evolução humana que você precisa conhecer. Confira a seguir:
10 – Unhas são de fato muito antigas

Há 58 milhões de anos, muitos primatas já tinham unhas. Isso proporcionou às criaturas que habitam as árvores vários benefícios, além é claro dos dedos, que permitiam uma melhor aderência e protegiam as terminações nervosas, possibilitando assim a experimentação do mundo.
As unhas eram extremamente úteis para a captação de comida, principalmente em galhos de árvores, facilitando também a abertura e corte de frutas.
Porém, em um ponto, um ancestral decidiu que a terra era um negócio melhor, sendo que à medida que a linhagem evoluiu, as pessoas acabaram se abrigando em cavernas. Através de todas as mudanças físicas, incluindo uma mudança radical de habitat e milhares de anos, os humanos mantiveram suas garras, porém sua forma, anteriormente mais parecida com “garras”, se modificou até chegarmos às de hoje.
9 – A função do riso

O riso não só parece, como é algo impressionante, o que adoramos fazer para expressar o melhor que há em nós. Os humanos riem quando encontram algo engraçado ou quando estão felizes, estreitando assim seus laços e mostrando descontração.
Porém, seria difícil imaginar isso entre homens das cavernas, correto? Bem, nem tanto: estudos mostraram que o riso é uma poderosa cola social e, no passado, o hábito provavelmente evoluiu como uma forma verbal de cimentar alianças e negar a violência.
8 – A evolução da voz feminina

No ano de 2018 foi conduzido um estudo com vozes em que ficou claro que homens e mulheres baixavam os tons de voz com alguém de quem gostavam. Isso acabou colidindo com estudos anteriores, que mostravam que os homens eram atraídos por mulheres com vozes mais agudas porque pareciam mais jovens e mais femininas.
Pesquisadores concordam que abaixar o tom pode ser uma ferramenta evolutiva para prender um parceiro e alguns sugerem que as mulheres usaram um tom mais dominante no ambiente competitivo.
Curiosamente, as gravações de voz das mulheres em 1945, comparadas com as tiradas durante os anos 90, mostraram que o tom feminino ficou mais grave. Isso pode acontecer porque as mulheres hoje em dia pretendem comunicar maturidade, competência e domínio em um mundo de oportunidades mais igualitárias.
[BBC]
7 – A pele humana

Em comparação com outros animais, os seres humanos são bastante “pelados”. Nossa pele é fina e não temos quase pelos, mas no passado nem sempre tudo foi assim: a teoria predominante sugere que por conta da decisão ancestral de abandonar as árvores para viver nas savanas abertas, um ambiente muito mais quente, acabamos por perder os nossos pelos e pele grossa, já que isso teria impossibilitado a vida e a caça no calor do sol.
Acredita-se também que as glândulas sudoríparas humanas tenham crescido enquanto os pelos diminuíam, e agora os humanos modernos são os primatas mais suados do planeta: cerca de cinco milhões de glândulas produzem até 12 litros (3 galões) de suor por dia. Você sabia disso?
[BBC]
6 – Os dedos dos pés

Em 2018, um estudo identificou o dedão do pé como um dos últimos ossos do pé a evoluir, já que os seres humanos transitaram de ancestrais que mudam de árvore para ancestrais terrestres. Andar de pé levou uma grande “revisão evolutiva” dos pés.
O dedão em si foi fundamental nessa mudança porque permite tração durante a caminhada e os dedos eram essenciais, assim como os da mão, para segurarem galhos e permitir estabilidade. Entretanto, para garantir uma locomoção eficaz em duas pernas, essa estrutura se tornou rígida ao longo de milhões de anos.
[BBC]
5 – Por que homens têm mamilos?

Mamíferos machos não podem alimentar seus filhotes, certo? Mas por que ainda assim eles têm as ferramentas para amamentar?
Bem, eles são o resultado de um processo biológico que impediu a evolução de apagar um traço inútil. Um embrião de mamíferos tem o potencial de se tornar um dos sexos. Quando chega a hora de combinar de um jeito ou de outro, o conjunto de cromossomos do embrião decide o gênero. Se o conjunto XY masculino estiver presente, um gene chamado SRY ativa e introduz em tudo que o embrião precisa para se transformar em um menino. No entanto, há outro processo que acontece antes que o interruptor genético masculino possa virar. Nos mamíferos, as glândulas mamárias começam a se desenvolver precocemente e essas glândulas não se importam com nenhum conjunto de cromossomos. Eles preparam o palco para o tecido mamário e mamilos, e não há nada que o SRY ou a evolução possam fazer sobre isso.
4 – Tendão inútil
Uma das coisas mais inúteis que a natureza deixou no corpo humano é o tendão palmar longo. Essa é uma característica bastante proeminente no pulso e a maioria das pessoas pode vê-la quando toca o polegar e o mindinho juntos e inclina levemente a mão para si.
Uma linha levantada aparecerá no meio do pulso. Se não, eles estão entre os 10% a 15% das pessoas que nasceram sem ele. O tendão se conecta ao músculo palmar longo, mas não o torna mais forte. O único propósito dele é quando os cirurgiões o usam em outras partes do corpo durante cirurgias plásticas e reconstrutivas.
Ainda não está claro por que os humanos têm esse tendão inútil: um palpite hesitante considera-o uma relíquia de uma época em que os antebraços eram usados tanto quanto as pernas para se movimentar.
3 – Sobrancelhas

As sobrancelhas servem um propósito óbvio hoje em dia: elas atuam como uma barreira protetora para os olhos, não permitindo a passagem de detritos.
Em 2018 pesquisadores descobriram algo surpreendente: sem as sobrancelhas, os humanos poderiam ter sido extintos como os neandertais. Parece algo extremo, mas a prova pode estar no osso da testa. Os neandertais e outros hominídeos antigos tinham cristas ósseas proeminentes acima dos olhos, muito parecidas com alguns primatas de hoje. Estudos mostraram que essa crista, ausente em humanos, não tinha outro propósito senão fazer parecer “feroz”.
Entretanto, essa crista impediu os neandertais de manobrarem suas sobrancelhas para parecerem mais amigáveis. Essa foi a diferença que poderia ter salvado a raça humana: nossas sobrancelhas transmitem sinais sutis de compaixão, simpatia e amizade.
Registros fósseis confirmam essa hipótese maluca: a crista da testa humana começou a retroceder durante um período em que importantes conexões sociais começaram entre grupos distantes. Ser capaz de sinalizar com as sobrancelhas certamente fez nossos ancestrais ganharem mais aliados que inimigos – e, portanto, mais poder.
2 – O osso que retornou

Existe algo estranho com o joelho humano moderno: no passado, era acompanhado por um minúsculo osso chamado fabella, que fazia o mesmo trabalho que uma rótula moderna para os macacos do velho mundo, há cerca de “um zilhão” de anos. Como os humanos evoluíram e encolheram, bastou algumas operações no joelho e exames para perceber que a fabella ainda estava presente em algumas pessoas.
Em 2019, os pesquisadores examinaram uma rede ampla de pacientes, revisando registros médicos de 27 países que envolveram mais de 21.000 joelhos. Os resultados foram claros: o pequeno osso estava voltando. Os registros duraram quase um século, e os primeiros mostraram que cerca de 17,9 por cento da população tinha em 1875. Apenas 11,2 por cento tinham em 1918. No entanto, em 2018, estima-se que cerca de 39 por cento das pessoas possuam a relíquia que retornou.
A evolução nem sempre é positiva, afinal: aqueles com uma fabella são mais propensos a sofrer inflamações, osteoartrite e uma variedade de problemas no joelho, por conta da maior pressão sobre o joelho.
1 – Genes da ressaca

Uma das formas mais estranhas que os humanos ainda estão evoluindo diz respeito ao cluster do gene da desidrogenase do álcool (ADH). Em 2018, os pesquisadores descobriram sinais de que a região estava mudando – o que não é uma boa notícia para quem gosta de bebidas alcoólicas.
Normalmente, quando uma pessoa toma uma cerveja ou 50 delas, o corpo quebra o álcool em acetaldeído tóxico. Quando essa coisa se acumula no organismo, o “bêbado” não se sente mais tão alegre assim. O rosto fica vermelho e a pessoa sente náuseas e batimentos cardíacos acelerados. Normalmente, o acetaldeído é rapidamente metabolizado em um acetato menos incômodo que é facilmente eliminado do corpo.
Alguns indivíduos com ascendência da Ásia Oriental e da África Ocidental mostraram um cluster ADH “mais evoluído”, o que torna o ato de beber desconfortável muito rapidamente. Essa adaptação dificulta o processamento do álcool, de modo que essas pessoas são abatidas mais rapidamente com super ressacas. Não está claro quão rápida a adaptação esteja se espalhando para outras populações ou se os genes mudaram na tentativa de proteger os seres humanos da embriaguez.