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10 coisas que você precisa saber sobre o suicídio

Leonardo Ambrosio

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10 coisas que você precisa saber sobre o suicídio
O suicídio é um problema de saúde pública, e trata-se de uma doença que infelizmente não recebe a devida atenção e ainda é coberta por tabus e ignorância.

O suicídio é um problema de saúde pública, e trata-se de uma doença que infelizmente não recebe a devida atenção e ainda é coberta por tabus, preconceitos e até mesmo ignorância em muitos casos. Frequentemente chamado de um “problema silencioso”, o potencial suicida muitas vezes dá sinais de que precisa de ajuda, mas nem sempre é ouvido, mesmo pela própria família, ainda que tenha vontade de se recuperar.

Nesta lista você vai conferir algumas coisas importantes que você precisa saber sobre o suicídio, independente da relação que você já tenha com este problema em sua vida.

Mas antes de qualquer coisa, se você está atualmente passando por dificuldades emocionais e está procurando ajuda, não hesite em procurar o Centro de Valorização da Vida (CVV), clicando aqui ou ligando para o número 188. 

1. Assim como em grande parte do mundo, o suicídio é um problema considerável no Brasil.

Suicídio
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Ainda que o Brasil não seja o país com os maiores registros de casos de suicídio no mundo, nosso país infelizmente vem crescendo cada vez mais nestas listas. Atualmente, estima-se que a cada 45 minutos, uma pessoa tente tirar a própria vida no Brasil.

Se levarmos em consideração os dados registros no mundo inteiro, apenas para termos uma ideia, uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos.

2. O suicida muitas vezes dá sinais de que precisa de ajuda.

Infelizmente, muitas pessoas acreditam que uma pessoa que realmente tem tendências suicidas jamais revelaria isso ou repetiria que tem vontade de tirar a própria vida para outras pessoas. No entanto, conforme o próprio Ministério da Saúde, é possível identificar uma série de comportamentos específicos em indivíduos que estão prestes a cometer atos desta natureza.

De acordo com o Ministério, frases como “Eu vou desaparecer”, “Vou deixar todos vocês em paz”, e outras desta natureza podem indicar uma tendência preocupante, e pode ser prudente conversar com a pessoa em questão para tentar entender seus problemas e buscar ajuda.

3. Você pode salvar uma vida caso perceba que alguém está com pensamentos suicidas e aja da maneira correta.

Suicídio
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Ao perceber que um amigo, um familiar ou alguém do seu convívio está lidando com pensamentos suicidas, existe uma série de atitudes que você pode tomar para tentar ajudá-lo. Primeiramente, uma boa conversa é importante para que a pessoa em questão possa tomar conhecimento de que tem em você um amigo de confiança, alguém com quem ela pode contar para desabafar.

Além disso, evidentemente, é crucial que você incentive a pessoa a procurar ajuda especializada, já que apenas um profissional da área sabe exatamente como lidar e tratar indivíduos nestas situações.

Com o cuidado e a atenção necessária, você pode transformar uma pessoa totalmente descrente na própria vida e sem interesse em buscar ajuda em alguém com maior esperança e vontade de recomeçar.

4. Ao perceber que alguém está em perigo imediato, não deixe que esta pessoa fique sozinha.

Ajudar pessoa
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Ficar sozinho, para uma pessoa que demonstra claros sinais de que está pensando em fazer mal para si mesmo, pode ser extremamente perigoso. Por isso, ao perceber que alguém do seu convívio está dando sinais claros deste tipo de comportamento, não trate-o com descrença nem os subestime. O mais prudente a se fazer é garantir que a pessoa em questão não fique sozinha, principalmente durante os períodos de “crise”, em que o desespero e a desesperança acaba crescendo.

Uma boa ideia é “inventar” programas junto com a pessoa, nem que seja assistir a um filme, ver televisão, dar uma volta ou qualquer outra atividade.

5. Muitas vezes, é importante admitir que você não é a pessoa certa para ajudar.

É natural que ao perceber que alguém precisa de ajuda, nos prontifiquemos a ser quem a oferece. Entretanto, em alguns casos você pode ter algo que lhe impeça de ajudar a pessoa em questão. Não é obrigação de todo mundo saber lidar com alguém que está passando por uma instabilidade emocional, por isso é crucial saber admitir que você pode estar mais prejudicando do que a ajudando, mesmo que de forma involuntária.

Nesses casos, o mais indicado é incentivar que a pessoa que está passando um momento difícil procure ajuda profissional.

6. Você definitivamente não deve culpar, julgar ou criticar uma pessoa que está enfrentando pensamentos suicidas.

Suicídio
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O processo de dor e sofrimento pelo qual uma pessoa é submetida até que internamente “aceite” a ideia de que talvez o suicídio seja uma saída é inimaginavelmente duro. Por isso, acredite, ninguém gostaria de estar nesta situação, e você não deve fazer julgamentos, críticas ou menosprezar uma pessoa que esteja admitindo para você que está tendo pensamentos suicidas.

Frases do tipo: “Você está sendo fraco!”; “Pense no sofrimento que você causará nos outros!” ou “Eu sei que você nunca faria isso!”, entre outras, não trazem nenhum benefício para quem está sofrendo, e podem apenas aumentar o sentimento de raiva e desespero.

Se você não sabe o que dizer para ajudar, é melhor não dizer nada, e procurar alguém que possa ajudar melhor – de preferência um especialista.

7. Tome cuidado com melhoras repentinas e mudanças inesperadas de estado.

Alguns especialistas alertam para o fato de que alguns pacientes, principalmente aqueles que são submetidos a tratamentos para depressão e outras complicações mentais, costumam fingir melhoras para enganar os médicos e familiares. Em alguns casos, o “teatro” faz com que os médicos liberem o paciente a voltar para casa, e com a família também convencida de que o ente querido está totalmente recuperado, passam a ter menos atenção sobre ele. E é neste momento que o indivíduo pode encontrar a liberdade que buscava para, de fato, tentar colocar um fim em sua vida. [10 sinais que podem apontar que você está com depressão]

Por isso, é crucial que as famílias tomem cuidado com melhoras totalmente repentinas, inesperadas, de um dia para o outro. A recuperação de um suicida costuma levar tempo, e as pessoas costumam dar sinais de melhora de forma gradual, durante o curso do tratamento.

8. Relação do suicídio com o abuso de drogas e álcool.

Existem vários fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver pensamentos suicidas, e entre eles está o abuso de substâncias tóxicas, como as drogas e o álcool. Algumas pesquisas indicam que países com idades mínimas menores para a liberação da compra e ingestão de bebidas alcoólicas coincidam com taxas maiores de suicídio entre os jovens. Além disso, outra pesquisa realizada nos EUA identificou que, tirando de questão os acidentes rodoviários, de todas as lesões causadas pelo abuso do consumo de álcool no período analisado, 20% foram tentativas de suicídio.

9. Conversar sobre suicídio com alguém não significa colocar esta ideia na cabeça da pessoa.

Conversar sobre suicídio com alguém não significa colocar esta ideia na cabeça da pessoa
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Muitos evitam falar sobre suicídio com seus entes queridos por medo de “colocarem na cabeça” deles a ideia de tirar a própria vida. No entanto, mostrar-se aberto a este tipo de conversa pode ser crucial para a criação de uma relação de confiança que, ocasionalmente, pode ser importantíssima para salvar a vida de alguém. Por isso, não tenha medo de questionar se uma pessoa está passando por um momento complicado sobre o qual queira conversar, ou se ela está tendo pensamentos suicidas. Dificilmente uma pessoa saudável do ponto de vista emocional e mental desenvolveria pensamentos desta natureza apenas por conta de uma indagação como essa.

10. A chave para a recuperação é o cuidado, a atenção e a esperança!

A falta de esperança sobre o futuro e a respeito da própria vida é um dos principais problemas que levam alguém a desenvolver pensamentos e comportamentos suicidas. Por isso, conversar com um potencial suicida sobre os seus problemas, indicando que há esperança de solução para qualquer tipo de dificuldade, respeitando obviamente o ritmo de cada um, pode ser muito útil no processo de recuperação.

O mais importante de tudo, no entanto, é que além do cuidado e do carinho da família, uma pessoa em situação de risco como essa receba o devido tratamento médico especializado.

Não esqueça, o Centro de Valorização da Vida está disponível 24h para conversas por chat, vídeo e telefone (188). Se você acha que está precisando de ajuda para lidar com a carga emocional que vem lhe consumindo, não hesite! Converse com alguém de sua confiança, desabafe sobre o que você está sentindo e procure ajuda profissional o mais rápido possível.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.