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10 animais pré-históricos tão aterrorizantes que nem parecem reais

Leonardo Ambrosio

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Os cientistas se empenham de forma contínua no sentido de desvendar os mistérios dos animais pré históricos que viveram no passado.

Muito antes do nosso planeta ser dominado pelos seres humanos, várias outras criaturas já competiram por espaço na Terra. E ao longo dos anos, milhares de espécies surgiram e deixaram de existir, muitas delas deixando para trás pouquíssimos vestígios de suas existências. Felizmente, os cientistas se empenham de forma contínua no sentido de desvendar os mistérios dos animais que viveram no passado.

Na lista de hoje, você vai conhecer algumas criaturas incríveis que rondaram pelo nosso planeta no passado, mas hoje já não está mais entre nós.

Confira:

1. Glyptodon

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Os glyptodons foram uma espécie de tatu gigante que viveu entre 5,3 milhões e 11700 anos atrás. Pesando quase duas toneladas, este gigantesco animal viveu na região da América do Sul e da América do Norte, e ainda que a sua aparência possa causar um pouco de medo, ele na verdade era bastante pacífico e tranquilo. Herbívoro, ele não representava um grande problema para outras espécies que viviam próximas a ele.

Mas é claro que eventualmente eles podiam se envolver em brigas, quase sempre para se defender. E nisso eles eram muito bons, visto que eram dotados de uma casca muito forte, e suas caudas eram utilizadas como armas que podiam facilmente esmagar um crânio humano.

Por terem vivido em uma época onde os humanos já estavam rondando por aí, esses animais muitas vezes eram vistos como presas cobiçadas, tanto pela sua carne quanto pela casca, que era utilizada para várias finalidades diferentes. Porém, para matar esses animais, os caçadores precisavam virá-los de barriga para cima, o que não era uma tarefa nada fácil. Depois disso, “bastava” usar uma lança para perfurar a parte mais frágil do corpo deles.

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Os pesquisadores descobriram sobre a existência deste animal em 1823, quando o especialista uruguaio, Dámaso Antonio Larrañaga, encontrou um fêmur gigante durante suas pesquisas. A partir daí, vários estudos analisaram as peculiaridades deste curioso animal. Os glyptodons deixaram de existir logo após a Era do Gelo, principalmente por conta das mudanças climáticas e da caça excessiva por parte dos seres humanos.

2. Titanoboa

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Ryan Sommma/Flickr

Se você é uma daquelas pessoas que morre de medo de cobras, a Titanoboa certamente é um dos seus piores pesadelos. De acordo com as estimativas dos cientistas, esta cobra monstruosa, que viveu há 60 milhões de anos, tinha 13 metros de comprimento, podendo pesar mais de uma tonelada.

A Titanoboa foi um animal que se aproveitou da extinção dos dinossauros para ascender a uma posição de liderança na cadeia alimentar, rapidamente dominando as florestas de onde hoje é a América do Sul. Normalmente, elas se escondiam embaixo d’água, aguardando até que suas presas se aproximassem. Aí, quando elas menos esperavam, essas cobras gigantescas atacavam de forma rápida e letal. Na maior parte do tempo, as vítimas eram tartarugas gigantes, crocodilos, e vários outros tipos de répteis e mamíferos de médio e grande porte.

Mas nós só fomos ficar sabendo da existência desta cobra depois de 2002, quando uma folha fossilizada foi descoberta em uma mina de carvão na Colômbia. Esse acho em específico fez com que os pesquisadores percebessem que lá havia existido uma floresta, e por isso eles intensificaram as escavações.

E entre tudo o que foi achado por lá, o que mais chamou atenção foi uma vértebra gigantesca, que mais tarde acabou levando os pesquisadores à descoberta da Titanoboa.

3. Megatério

As preguiças de hoje em dia são animais bem pequenos, mas no passado seus ancestrais costumam ser verdadeiros gigantes. Com cerca de 3,6 metros de altura, e pesando mais de quatro toneladas, o Megatério era um animal de grande porte que vivia na América do Sul.

Fósseis deste animal encontrados na Argentina, no Uruguai e na Bolívia sugerem que ele viveu entre 400 mil e 8 mil anos atrás. Ele normalmente andava sobre quatro patas, mas podia tranquilamente se esticar para alcançar as folhas mais altas.

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O megatério era dotado de garras assustadoras, mas apesar do aspecto violento este animal era bastante pacífico. De acordo com análises químicas feitas nos dentes já encontrados, este animal era herbívoro.

Assim como seus descendentes, que vivem nos dias de hoje, o megatério era bastante preguiçoso, e se movia de forma lenta. No entanto, seu tamanho enorme e suas garras poderosas garantiam uma bela vantagem na hora de se defender contra seus possíveis predadores. E vale ressaltar que, entre os animais que provavelmente caçavam os megatérios, está o poderoso tigre dente-de-sabre.

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Natural History Museum, London

Os cientistas não sabem afirmar exatamente por que estes animais acabaram extintos. No entanto, sugerem que possivelmente as mudanças climáticas, e até mesmo o surgimento de doenças, pode ter influenciado bastante neste sentido. Alguns restos mortais encontrados fossilizados também apresentam marcas compatíveis com a caça humana.

4. Deinosuchus

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Muitos animais pré-históricos possuem aparências assustadoras e bizarras. No entanto, o Deinosuchus possui um lugar de destaque entre todos os “monstros” do passado. Com 10 metros de comprimento, e ostentando dentes do tamanho de uma banana, este animal aterrorizou a América do Norte durante o final do período Cretáceo, cerca de 82 a 73 milhões de anos atrás. Esses crocodilos gigantescos se alimentavam de tartarugas, crustáceos e outros animais que viviam na água. No entanto, muitas vezes acabavam entrando em combate com várias espécies de dinossauros.

“Os Deinosuchus eram gigantes que provavelmente aterrorizaram dinossauros que costumavam se aproximar de rios e lagoas para beber água”, explicou Adam Cossette, paleontólogo do Instituto de Tecnologia de Nova Iorque. Segundo os pesquisadores que se debruçaram em estudos sobre este animal, ele viveu na região onde hoje é o México e os Estados Unidos, sendo que seus fósseis foram encontrados nos estados de Utah, Montana, Wyoming, Novo México, Nova Jersey, Geórgia, Alabama, Mississippi, Texas e Carolina do Norte.

Mas por incrível que pareça, esses não são os maiores crocodilos que já habitaram o nosso planeta. Ainda que durante algum tempo eles tenham gozado deste título, ele posteriormente foi roubado pelo ‘Sarcosuchus imperator’, que tinha 12 metros de comprimento e pesava quase 8 toneladas.

5. Urso-das-cavernas

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Com quase 3 metros de altura, e pesando quase uma tonelada, o urso das cavernas viveu na Era do Gelo, e certamente era um tremendo pesadelo para que viveu na mesma época que ela. Porém, de acordo com os cientistas, este gigante animal não matava para comer, já que ao que tudo indica ele era herbívoro, e mastigava apenas plantas, e não pessoas e outros animais.

Estes ursos viveram durante o final do Pleistoceno, espalhados por toda a Europa. Dezenas de milhares de fósseis foram encontrados ao longo de todo o continente europeu, com sua grande maioria tendo sido descoberta em cavernas.

Os cientistas não sabem exatamente por que essa espécie de ursos gigantes acabou sendo extinta, mas eles já encontraram vestígios de doenças em fósseis destas criaturas, o que provavelmente pode significar uma hipótese. No entanto, mudanças climáticas também podem ter contribuído para essa extinção.

6. Megalania Prisca.

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Os dragões de Komodo, animais que estão entre nós até os dias de hoje, podem pesar até 68kg, o que é algo bem significativo, já que não são assim tão grandes. Porém, seu ancestral, o Megalania prisca, podia pesar mais de uma tonelada. Estamos falando do maior lagarto conhecido que já pisou na Terra.

Entre 2 milhões e 40 mil anos atrás, essas criaturas rondavam nosso planeta, reinando facilmente entre a fauna do leste da região que hoje chamamos de Austrália. Com seu tamanho avantajado, eles não encontravam nenhum problema na hora de se alimentar de uma grande variedade de animais, incluindo cangurus, tartarugas e até mesmo algumas espécies de elefantes.

Mas não era apenas o tamanho dessas criaturas que lhes auxiliava na hora da caça. Eles também contavam com uma arma secreta: A saliva tóxica. De acordo com os cientistas, o Megalania prisca utilizava um potente veneno, que saía de sua mandíbula, para matar suas presas.

Existem várias teorias que tentam explicar a extinção desses lagartos gigantes, mas a mais aceita envolve a ação dos seres humanos. Segundo os pesquisadores, ainda que nossos antepassados não costumassem caçar esses animais, eles se alimentavam de criaturas que costumavam ser caçadas por elas. Assim, indiretamente, a ação dos seres humanos foi diminuindo o número de potenciais presas destas criaturas. Eventualmente, isso contribuiu para sua extinção.

7. Entelodonte

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Os entelodontes recebem o curioso apelido de “hell pigs”, que em inglês significa literalmente “porcos do inferno”. E não é muito difícil entender de onde veio esse nome. Essas criaturas tinham dentes do tamanho de um pulso humano, ossos protuberantes em seu rosto, que eram utilizados durante os ataques, além de casos super resistentes. Eles viveram durante o Eoceno, e provavelmente são originários da Mongólia. No entanto, com o passar do tempo, eles se espalharam por grande parte do globo, chegando na Europa e até mesmo na América do Norte. Já foram encontrados alguns fósseis de Entolodontes em vários estados americanos, como Nebraska, Wyoming e Dakota do Sul.

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Mas apesar do nome intimidador e da aparência hostil, os “porcos do inferno” não eram um perigo real para outras espécies. Suas mandíbulas potentes, na verdade, eram utilizadas para arrancar raízes e mastigar plantas. Isso não quer dizer, no entanto, que eles não comiam carne.

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Segundo os pesquisadores, esses porcos até se alimentavam de outros animais, provavelmente não atacavam suas presas. Em vez disso, esperavam até que outro predador fizesse suas vítimas, posteriormente roubando suas presas para comer.

Foi necessária uma combinação de vários fatores para que esse animal pré-histórico fosse extinto. Conforme o clima foi mudando ao longo do tempo, as florestas onde esses animais viviam foram se transformando em campos gramados. Forçados a viajar longas distâncias para se alimentar, eles provavelmente acabaram perdendo a batalha para animais que conseguiam se mover mais rapidamente. Além disso, eles também precisavam lidar com muitos predadores, como os tigres-dente-de-sabre, por exemplo.

8. Smilodon

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Entre todos os animais pré-históricos desta lista, talvez o Smilodon seja um dos mais famosos. Conhecido também como tigre-dente-de-sabre, seus dentes caninos davam a esta criatura uma aparência extremamente assustadora.

O Smilodon viveu entre 2,5 milhões e 11,7 mil anos atrás, e segundo os pesquisadores ele habitava as florestas da América do Sul e do Norte. Ele variava de tamanho, dependendo da espécie, mas algumas podiam chegar a quase 300kg. Mas independentemente do tamanho, o que realmente chamava atenção nestes felinos eram os seus dentes caninos. Localizados na lateral da mandíbula, essas presas super afiadas colocavam medo até mesmo nos mais destemidos predadores da época. Os cientistas acreditam que, durante os ataques, o Smilodon poderia abrir sua boca em mais de 90 graus.

Um ponto fraco, no entanto, é que esses dentes eram bastante frágeis, e em alguns casos eram totalmente perdidos durante algumas batalhas. Mesmo assim, esses felinos eram muito bem sucedidos na caça, e se alimentavam de cavalos, mamutes, preguiças, bisões e vários outros animais. Resumidamente, eles matavam tudo aquilo que podiam matar.

Segundo os cientistas, o que levou esses animais à extinção foi também a mudança no clima, e a consequente falta de presas.

9. Lobo-terrível

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Se você já assistiu à série de TV “Game of Thrones”, provavelmente vai se lembrar dos lobos que acompanham alguns dos personagens. Na série, eles são descritos como grandes, ferozes e leais. E ainda que os produtores tenham tido alguma liberdade poética, esses lobos são inspirados nos “lobos-terríveis”, animais que viveram na pré-história.

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Eles existiram, aproximadamente, de 125 mil a 10 mil anos atrás, na região do que hoje conhecemos como América do Sul e América do Norte. Embora eles sejam parecidos com os lobos cinzentos, eles são geneticamente diferentes dos seus descendentes. Um pouco maiores, e com o pelo avermelhado, os lobos-terríveis pesavam cerca de 60 quilos, medindo aproximadamente 1,80. Assim como na ficção, eles tinham mandíbulas super potentes, que os ajudavam a matar suas presas. Eles se alimentavam de cavalos, bisões e até mesmo filhotes de mamute, quando conseguiam.

10. Rinoceronte-lanudo

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Os rinocerontes lanudos eram bastante parecidos com os rinocerontes modernos. Mediam cerca de 1,80m de altura e pesavam aproximadamente uma tonelada. Porém, eles tinham cabeças e corpos mais longos, e pernas mais curtas. Eles também ostentavam uma grande corcunda atrás do ombro, provavelmente para ajudar a sustentar seus chifres. E, claro, como o nome indica, eles tinham bastante pelos.

Antes de ser extinto, há cerca de 14 mil anos, o rinoceronte-lanudo esteve por praticamente todo o planeta. Seus fósseis foram encontrados na Espanha, na Sibéria e até mesmo na Coreia do Sul. E algumas evidências recentes mostram que os seres humanos costumavam caçar estes animais, o que provavelmente contribuiu para a sua extinção, muito mais do que as mudanças climáticas.

Em 2020, moradores do leste da Sibéria encontraram o corpo congelado de um filhote de rinoceronte lanudo, que havia surgido após o derretimento de uma grande camada de gelo. O corpo do animal estava muito bem preservado, inclusive com seus intestinos, pele e até mesmo chifre em boas condições.


Com informações do All That’s Interesting.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.